Cerimônia marca a entrega da Casa Sustentável, projeto da Fapespa com a Fundação Guamá

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A unidade foi construida a partir de uma metodologia própria que por processo inovador, transforma o plástico em similar de seixos agregados

Na manhã desta quinta (30), a startup Amazon Recover fez a entrega simbólica da Casa Sustentável ao Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. O projeto é fruto do termo de fomento firmado entre a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e a Fundação Guamá, organização gestora do PCT Guamá.

“O nosso apoio técnico e de negócios, somado ao apoio do Governo do Estado, permitiu que o projeto chegasse nesse primeiro marco. Nós temos a expectativa que esse projeto consiga alcançar êxito ainda maior, convencendo prefeituras e instituições públicas e privadas a darem investimento mais adequado para os resíduos produzidos, gerando elementos de valor para a construção civil, com resistência e qualidade comprovadas”, afirmou o diretor presidente da Fundação Guamá, Rodrigo Quites, no auditório do Espaço Inovação, na abertura do ato de entrega.

Diretora científica da Fapespa, Aurycelia Dias durante cerimônia de abertura

Diretora científica da Fapespa, Aurycelia Dias destacou a importância do incentivo à inovação. “A Fapespa tem como premissa fomentar os projetos de pesquisa voltados à ciência, tecnologia e inovação no Pará, buscando atender as necessidades das instituições públicas e privadas, além de órgãos estaduais. Hoje somos a principal fomentadora de pesquisa no Pará e buscamos cada vez mais consolidar os recursos visando a garantia de investimento na pesquisa e na formação de recursos humanos qualificados”, pontuou.

Marcos Sousa, inventor e um dos sócios da startup Amazon Recover

Engenheiro civil e um dos inventores do projeto, Marcos Sousa, afirmou que, “ninguém imaginou que a ideia que  surgiu lá em 2016, durante um TCC, chegaria até esse ponto. Um dos nossos grandes desafios foi produzir o maquinário necessário para aproveitar diferentes tipos de plástico, além do processo onde as impurezas se perdem ou são agregadas aos produtos”.

O evento contou com a presença de representantes do Banco do Estado do Pará (Banpará), do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), do Clube de Engenharia do Pará (CEP), do Instituto Lixo Zero Brasil, e da Cocavip, a cooperativa de catadores de materiais recicláveis de Icoaraci que receberá uma instalação fabril da Amazon Recover.

“A gente não consegue utilizar 30% do rejeito que chega até a cooperativa, materiais como Tetra Pak, embalagens plásticas de macarrão e bolachas, o tubo preto. Estamos tendo muito problema com a mica (parte traseira de televisores). Com essa parceria a gente acredita que vai solucionar essa questão do acúmulo de resíduos no nosso pátio, porque eles [Amazon Recover] vão conseguir reutilizar boa parte dos materiais”, informou a catadora Rosilene, mais conhecida como Lena na cooperativa.

Tecnologia

A partir de uma metodologia própria criada pelo negócio inovador, o plástico é transformado em seixos feitos do agregado graúdo de plástico. Segundo os empreendedores, é possível fazer diferentes peças, como blocos com e sem função estrutural, broquetes, tubos, entre outros produtos comumente derivados do concreto. A solução criada também tem o potencial de reaproveitar vidros e rejeitos da mineração.

A casa entregue ao PCT Guamá possui forro de miriti, feito em parceria com um artesão de Abaetetuba. Os engenheiros afirmam que, por conta das propriedades dos tijolos, o conforto térmico do protótipo é melhor do que o de construções tradicionais e que o preço final da construção foi 30% menor do que se tivesse sido feita com os materiais convencionais.

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