“Cartão virtual” vence maratona hacker em Belém

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                                             Hackers durante o 1º Hackaton Conjove, no Boulevard Shopping. Foto: Paulo Favacho


“Cartão virtual” foi a solução tecnológica voltada para o varejo criada por John Gomes, David William e Igor de Almeida, participantes da primeira maratona hacker do Norte do Brasil, o Hackathon Conjove, realizado por 32 horas em uma casa de vidro montada no Boulevard Shopping, no centro de Belém.


De acordo com os integrantes, a criação do aplicativo “Cartão virtual” foi motivada pela constatação do grande número de usuários que utilizam o crédito como forma de pagamento. A ideia é que através de um aplicativo que pode ser utilizado via smartphone, o cliente não utilize o cartão físico, ao invés disto, ele informaria o CPF e a compra seria efetuada. O aplicativo ainda permite que o valor do cartão titular seja dividido entre os dependentes, permitindo maior liberdade do uso do crédito.


Um dos vencedores, John, participou pela primeira vez de uma maratona hacker e se disse feliz por ver a área de tecnologia e inovação conquistando espaço. “É bem legal ver que tem gente se movimentando, olhando para a área, inclusive organizações aqui no Pará. Aqui tem muito profissional de qualidade só que está escondido por falta de oportunidade e o Hackathon Conjove foi uma vitrine para todos os participantes”, relatou.         


O segundo colocado foi o aplicativo “Gostei Boulevard” que auxilia no conhecimento do perfil do cliente, contribuindo para a melhoria do atendimento. O terceiro lugar ficou com o “Feedapp”, que detecta problemas junto ao Procon, diminuindo a perda de vendas e proporcionando a maior fidelização do cliente, além de avaliar determinada loja.


A ideia de uma maratona hacker para o varejo paraense foi a partir de dados do setor. Segundo o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), é a área que mais gera empregos formais no país. A partir disto, foi feito um levantamento de dados junto ao mercado paraense e as linhas temáticas de marketing, logística e estoque, recursos humanos, organização dos lojistas, e experiência de troca apareceram como as que possuem mais dificuldades em executar atividades ou em solucionar problemas.


Dentre os pontos descritos pelos instrutores como os desafios a serem superados no setor varejista estiveram: como atrair o comprador para o valor e experiência de compras de um centro comercial; como apoiar e agilizar o processo de conciliação de compras para a identificação de fraudes; soluções digitais para tornar um produto ou vitrine mais informativos; e experiências off-line e on-line integradas ao ambiente de compra.


Com as problemáticas lançadas, os participantes criaram aplicativos, plataformas, sistemas voltados à melhoria e avaliação do atendimento, utilização do cartão de crédito de maneira virtual, ao fortalecimento da rede de relacionamento entre vendedor e cliente, à otimização de tempo no ato da compra e à valorização do público interno através de disponibilização de crédito e descontos.


Para o fundador do ezPark, Luiz Candreva, que veio de São Paulo para auxiliar no desenvolvimento dos projetos, esse tipo de evento constrói as bases para que a área de tecnologia e inovação evolua. Candreva ainda pontua a relação com o varejo. De acordo com ele, o setor vive no mundo digital mas ainda funciona de forma analógica e a maneira de modificar é fomentando espaço. “O que fizeram foi exatamente isso, abriram espaço para pensar em soluções, em problemas que possam ser resolvidos. O Hackathon Conjove foi uma semente plantada mas as soluções apresentadas foram além da expectativa, e esperamos que esse tipo de evento possa continuar aqui no Pará, atraindo outros profissionais”.


Ainda de acordo com Candreva, há escassez de desenvolvedores no Brasil, o que torna o trabalho dos bons profissionais caro, fazendo com que estes sejam motivados a abrir o próprio negócio. “Daqui esses sistemas, aplicativos e plataformas podem ser aprimorados e tornarem-se microempresas, daí a importância de ter Sebrae, o Parque Tecnológico e outros importantes atores econômicos, apoiando este tipo de evento, visando o desenvolvimento desses projetos para futuras empresas”, relata.


O presidente da Prodepa, Théo Pires, o diretor presidente do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, Antonio Abelém, e o diretor da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, compuseram a banca julgadora da competição que avaliou os critérios de inovação, relação com o tema, execução do desenvolvimento do produto, validação do modelo de negócios e design dos projetos apresentados.


“O Hackathon reuniu participantes de alto nível de conhecimento e eles estavam ávidos por informação e se interaram bem sobre o setor varejista. Acredito que foi um passo importante para evidenciar a necessidade de estimular a área de tecnologia e inovação no Estado e para o empreendedorismo digital”, disse o coordenador do evento, Leonardo Daher.


O primeiro lugar irá para o maior evento de tecnologia e inovação do país, a Campus Party 2016, que ocorre entre 26 e 31 de janeiro, em São Paulo. Os três primeiros lugares ganharam inscrição anual e acesso aos benefícios da Associação Brasileira de Startups e três meses de espaço de trabalho e apoio de mentorias no Espaço Inovação do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá.

Texto: Lissa de Alexandria


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