Criação de um Arranjo Produtivo Local de Software é debatida em Belém

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Na tarde da última segunda-feira, 17, representantes do governo, da academia, do setor produtivo e da sociedade civil organizada se reuniram para debater a criação de um Arranjo Produtivo Local (APL) para o desenvolvimento do mercado de empresas produtoras de softwares, tecnologia da informação, aplicativos e demais serviços.  O encontro foi articulado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), através de sua Diretoria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (DDICS), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá).

 

A opção estratégica por atuação em APL decorre, fundamentalmente, do reconhecimento de que as políticas de fomento a pequenas e médias empresas são mais efetivas quando direcionadas a grupos de empresas – e não a empresas individualizadas. No caso das empresas que desenvolvem softwares e soluções informatizadas no Pará, o APL tem um caráter de urgência: hoje, apesar de formar profissionais capacitados para o mercado, o Pará praticamente não conhece seu mercado, e é comum que serviços do gênero sejam desenvolvidos sob encomenda a empresas de outros Estados.

 

Foi por isso que na segunda feira, 17, compareceram à Sedeme representantes de entidades públicas, como a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet) e do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT-Guamá), e da iniciativa privada – o quórum excedeu as melhores expectativas e o auditório da Sedeme ficou lotado. “Foi uma reunião muito boa, na qual os participantes demonstraram afinidade e interesse para que o APL aconteça. Existem demandas neste setor, tanto por parte do governo como da iniciativa privada, nos produtos que as empresas oferecem, mas o potencial das empresas não é visualizado. Nossa intenção é dar visibilidade a este setor produtivo pujante que o Estado pode desenvolver com ações coordenadas e integradas”, disse Sérgio Menezes, diretor da DDICS.


 

 A fala do diretor se alinha ao pensamento dos empresários que trabalham com desenvolvimento tecnológico no Pará, como Marcelo Sá, da Jambu Tecnologia. Segundo Marcelo, hoje, das cerca de 700 empresas nacionais que atuam no setor e possuem certificação, apenas sete são paraenses – o que coloca o mercado paraense em posição desigual ante as concorrentes nacionais, e fomenta um ciclo vicioso. “A baixa maturidade das empresas paraenses leva a dificuldades na formação de profissionais e na fidelização dos profissionais mais competentes. Mas de quatro a cinco anos, esse quadro vem mudando. Hoje algumas destas empresas já se lançam para mercados internacionais, e, no Pará, a mobilização do setor vem chamando a atenção, inclusive com reuniões como esta”, disse Sá.


A mobilização dos agentes que compõem o mercado tecnológico foi um dos sinais de que a primeira reunião foi bem sucedida. Para João Pinho, diretor da Sectet, o Pará começa a despertar para a exploração de um grande e dinâmico filão econômico. “Os softwares são imprescindíveis para qualquer setor da sociedade, seja industrial, comercial ou governamental, e hoje o Pará está muito atrás em relação aos concorrentes. É importante que se desenvolvam competências no Estado para atender uma demanda que hoje é suprida por empresas de fora”, disse.

 

E, como no dinâmico mercado tecnológico as mudanças acontecem em tempo real, a ordem é aproveitar a motivação e dar início ao APL o quanto antes. “O início foi muito positivo. O que não podemos é frustrar toda essa expectativa. Temos que trabalhar fortes para manter celeridade. Nesse contexto de arranjo tecnológico, especificamente de softwares, as coisas mudam rapidamente. Se demorarmos vamos perder oportunidades. E já sabemos que elas existem”, disse Antônio Abelém, diretor-presidente do PCT Guamá. “O ganho econômico pode ser enorme. Empresas de setores como agroindústria e mineração demandam muitos softwares, que são quase commodities nos dias de hoje. Formamos gente de qualidade para trabalhar no setor, agora vamos criar as oportunidades para que desenvolvam seu trabalho aqui”, acrescentou.


Com informações da Ascom / Sedeme


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