PCT Guamá concentra pesquisas e soluções que auxiliam o setor produtivo

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Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá fomenta inclusão produtiva e social por diferentes projetos e tecnologias

O PCT Guamá dispõe de laboratórios com soluções tecnológicas para ajudar a desenvolver produtos inovadores para o setor produtivo

Entre startups nascentes e negócios consolidados, cerca de 180 empreendimentos já residiram ou se associaram ao Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, implantado com aporte financeiro do Governo do Estado, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Tecnologias para a sociedade, inovação para o setor produtivo e pesquisas aplicadas para melhorar as oportunidades econômicas vocacionais do Pará, pautam o dia a dia do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, instalado no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

No cenário de pandemia do novo coronavírus, o Centro lançou mão de estratégias para manter suas atividades, e os resultados foram expressivos, por exemplo, grupos e empresas residentes focados em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), realizaram, mesmo durante a pandemia, novas contratações com registro de aumento superior a 20% no faturamento.

INCLUSÃO PRODUTIVA E SOCIAL

O PCT Guamá tem desenvolvido soluções para a inclusão produtiva e social, por meio de diferentes projetos e tecnologias de impacto criadas para resolver problemas locais. A exemplo do Celcom, do Núcleo de P&D em Telecomunicações, Automação e Eletrônica da Universidade Federal do Pará (LASSE/UFPA). Focado em telefonia celular comunitária, o projeto de pesquisa objetiva fornecer conectividade de voz e dados às comunidades rurais isoladas da Amazônia.

Os projetos do Parque envolvem as áreas de genética, química e biodiversidade, nessa última, há pesquisas com frutas, como o açaí

O projeto alcançou diversos desdobramentos importantes, entre eles a rede PA5Ge, primeira rede privativa em campus universitário usando 5G no Brasil, e a primeira rede 5G implantada na Amazônia.

Atualmente, pesquisadores de outras universidades, como UFG (Goiás) e Unisinos (Rio Grande do Sul) vêm trabalhando com a equipe do projeto para difundir as redes universitárias. No âmbito das redes comunitárias, o atual desafio é ganhar escala e poder efetivamente causar o impacto desejado no cotidiano dos que estão à margem das telecomunicações e Internet.

“A disseminação de redes comunitárias usando tecnologias de celular em espectro de frequências licenciado foi facilitada por mudança recente na legislação brasileira. Mas apesar da Anatel ter flexibilizado o uso do espectro, ainda faltam no Brasil o know-how e equipamentos de rádio de baixo custo e robustos”, pontua Aldebaro Klautau, coordenador do LASSE/UFPA.

Ele informou, ainda, que a equipe do projeto atua em ambas frentes: disseminando o conhecimento acerca de redes comunitárias e desenvolvendo equipamentos específicos.

Os laboratórios do PCT são orientados à pesquisa aplicada, com transferência de tecnologia da academia às oportunidades econômicas

“O desafio é que o país consiga inovar na articulação de uma solução que seja benéfica a todos interessados. Por exemplo, a rede comunitária não precisa ser completamente subsidiada pelo governo, mas, por outro lado, há comunidades onde apenas com este subsídio a rede pode ser viabilizada. A equipe do Celcom vem divulgando estas alternativas e realizando provas de conceito, enquanto aguarda as instituições governamentais perceberem a oportunidade”, frisa Aldebaro Klautau.

Apoio ao setor produtivo – Pesquisas desenvolvidas pelos 17 centros de pesquisa instalados auxiliam no melhoramento de cadeias produtivas, na verticalização de biomas amazônicos e no aperfeiçoamento genético. Os centros são ligados à UFPA e à Embrapa Amazônia Oriental.

Há ainda a previsão de inauguração de mais dois laboratórios, o Laboratório de Análise Sensorial do Cacau (Labsenso), iniciativa construída com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará (Funcacau) e que será integrado ao Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA/UFPA) e o Laboratório de Qualidade de Água da Amazônia, da Uepa – Universidade do Estado do Pará.

“O diferencial dos laboratórios instalados no PCT Guamá é que eles são orientados à pesquisa aplicada, com transferência de tecnologia da academia para o setor produtivo. Isso se configura como um retorno prático do investimento dos governos nas estruturas de ensino e pesquisa.  Sem esse aparato, é muito difícil avançarmos em inovação no país”, afirma Rodrigo Quites, diretor presidente da Fundação Guamá, organização gestora do parque.

SAIBA MAIS SOBRE O PCT GUAMÁ

Concebido com recursos financeiros do Governo do Pará, o PCT Guamá é um centro tecnológico, em Belém, e o primeiro, desse segmento, da região Norte do Brasil e da Amazônia.

O PCT Guamá nasceu na Universidade Federal do Pará (UFPA) e formalizou-se por meio de um convênio entre a então Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), atual Sectet, a UFPA e a Universidade Federal da Amazônia (Ufra).

Sua implantação contou com aporte financeiro do Governo do Estado, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A gestão é realizada pela Fundação Guamá, entidade de direito privado sem fins lucrativos, criada por um grupo acadêmico multidisciplinar.

Com 10 anos de atividades, completos em 28 de Dezembro de 2020, o órgão se configura como um centro tecnológico avançado capaz de produzir inovações para diferentes setores produtivos.

Nesta primeira década, cerca de 180 empreendimentos, entre startups nascentes e negócios consolidados, já residiram ou se associaram ao parque. Em 2019, no período pré-pandemia, o PCT Guamá chegou a abrigar 64 empreendimentos, que apresentavam uma taxa de crescimento anual de 20% e eram responsáveis por gerar aproximadamente 450 postos de trabalho.

Atualmente, o Parque tem 56 residentes, entre empresas, laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), Instituições de Ciência e Tecnologias (ICTs) e agências governamentais.

Rodrigo Quites, diretor presidente da Fundação Guamá, organização gestora do parque, avalia positivamente o desenvolvimento do parque científico-tecnológico.

“Dez anos é considerado pouco tempo para um parque de C&T, contudo já temos colhidos bons frutos aqui. O número de residentes cresceu mais de 200% entre 2018 e 2019, passando de 18 para 64. Além disso, 45 empresas contrataram cerca de R$ 650 mil, em serviços tecnológicos prestados por laboratórios instalados no Parque”, afirma Quites.

Sobre os principais desafios para garantir o crescimento do parque, Quites aponta uma maior necessidade de integração com o setor produtivo. “Apesar dos nossos constantes esforços de articulação, ainda precisamos atrair empresas âncoras ao PCT Guamá, ou seja, empresas de médio e/ou grande porte capazes de movimentar o ecossistema com suas variadas demandas por inovação em produtos ou serviços. Isso estimula o surgimento de novos negócios e também o desenvolvimento de novos conhecimentos”.

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