PCT Guamá incentiva a formação de pesquisadores e reforça o compromisso com a ciência na Amazônia

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Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

O contato de Giulia Lima com a iniciação científica foi despertado ainda na graduação em Biotecnologia. Ver a ciência no cotidiano das pessoas, além da paixão pela pesquisa, foram motivações para continuar os estudos no mestrado e agora no doutorado, realizado no Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (Cvacba), da Universidade Federal do Pará (UFPA), instalado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá.

Centenas de pesquisadores, dos laboratórios situados no PCT Guamá, mantêm o compromisso com a ciência na Amazônia. São mais de 200 pesquisadores, professores e estudantes de graduação, mestrado e doutorado com estudos científicos desenvolvidos nesses espaços.

“É muito importante ter essa continuidade da pesquisa porque em um ano de iniciação científica, muitas vezes, você não consegue gerar os resultados finais. Então, continuar no mestrado, no doutorado e seguir trabalhando naquela linha de pesquisa é muito interessante, porque você vai vendo o avanço daquilo que está fazendo, das descobertas, dos produtos que está gerando”, enfatiza.

Trajetórias na ciência a favor da Amazônia – Nos 12 laboratórios residentes do complexo, são comuns histórias de quem iniciou a carreira científica ainda na graduação, e hoje integra a equipe de pesquisadores nesses ambientes.

“A gente tem sempre a intenção de levar para os alunos mais novos e até para os doutorandos uma prioridade de trabalho e também de responsabilidade porque um resultado influencia no outro. Isso se chama “efeito guarda-chuva”, em que um doutorando tem o resultado de dois mestrandos, que têm resultado de um TCC, de iniciação científica, então, todo mundo cresce junto no laboratório”, explica Carlos Ribeiro, biotecnólogo e pesquisador do Cvacba.

No Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs/UFPA), também instalado no PCT Guamá, a equipe administrativa é formada exclusivamente por mulheres doutorandas, que participam das suas atividades no Parque desde o início.

Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

“Todas nós, da equipe gerencial do Labtecs, estamos aqui desde a sua implantação. Vimos a montagem das paredes, a instalação dos equipamentos, tudo. Então, para nós, é como se fosse o nosso laboratório também. A gente não pretende sair daqui tão cedo”, afirma Ana Paula, gerente administrativa do laboratório e doutoranda em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Valorização de pesquisadores locais – Para a professora Renata Noronha, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade, (Ceabio/UFPA), residente no Parque, é fundamental pensar na formação de novos pesquisadores para atuarem na região.

“Eles são formados aqui, desenvolveram pesquisas na região amazônica, então, têm essa capacidade, essa expertise para trabalhar na região com mais experiência e conhecimento científico. Nós precisamos absorver esses pesquisadores que estão sendo formados aqui dentro, e que têm mais experiência com a população local e, com certeza, seu desenvolvimento da pesquisa vai ser bem melhor que a de outra pessoa que não conhece a realidade da Amazônia”, afirma.

Prestar assistência à pesquisa e à ciência são objetivos do PCT Guamá. Os laboratórios abrigados no local contribuem para a bioeconomia na Amazônia, e para o desenvolvimento de novos produtos, com foco no avanço sustentável da região. Controle de qualidade de materiais de origem vegetal, engenharia genética, estudos de insumos amazônicos, tecnologia e ensaios elétricos estão entre as atividades e os serviços presentes no complexo.

Para o coordenador do Cvacba, professor Jesus Nazareno de Souza, a Amazônia, com sua biodiversidade, fornece matéria-prima para vários setores da indústria, e por isso, a continuidade das pesquisas realizadas e a formação de novos pesquisadores é fundamental para transformar a ciência em soluções para a sociedade.

Milksom Campelo, responsável pela prospecção, transferência e tecnologia de negócios da Fundação Guamá, instituição que administra o Parque, reforça que valorizar o capital intelectual na Amazônia vai além de apenas efetivar a pesquisa através do ensino e extensão nas instituições, é necessário firmar esse conhecimento, e ter pesquisadores que atuem de forma integrada, com ciência  e mercado.

“Esse perfil é amplamente desenvolvido no PCT, pois o contato direto com o setor demandante diminui a distância, facilita a comunicação, revertendo em efetividade prática a transferências de tecnologias que impactam em novos produtos, melhoramento de processos e requalificação de serviços”.

No Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia, (Ceamazon/UFPA), localizado no PCT Guamá, a missão de efetuar pesquisas, desenvolvimentos e inovações voltadas para às questões energéticas, sob a perspectiva do uso mais eficiente das reservas disponíveis, considerando as características socioeconômicas e ambientais da região depende do prosseguimento das pesquisas realizadas nos 7 laboratórios do centro.

“Nossa ação visa uma formação contínua de pessoal capacitado para novos desenvolvimentos tecnológicos através de casos práticos em PD&I junto às indústrias, ao poder público, ao comércio, e às demais atividades da sociedade como residencial, de lazer, saúde etc.”, reforça Maria Emília Tostes, coordenadora do centro.

O PCT Guamá – O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e gestão da Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.

Situado em uma área de 72 hectares entre os campi das duas universidades, o PCT Guamá conta com mais de 40 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 60 associados (vinculadas ao parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do estado.

É membro ainda da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (IASP).

Ayla Ferreira com supervisão de Sérgio Moraes / Ascom Fundação Guamá / PCT Guamá

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