O 3º Seminário Grandes Desafios da Computação no Brasil encerrou suas atividades como um marco para a integração dos diversos setores que compõem o cenário de Inovação e Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil. Pela primeira vez, o evento reuniu , dias 15 e 16 de abril, na sede da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) em São Paulo, pesquisadores acadêmicos, empresários e representantes governamentais para debaterem o momento atual da computação no país e os desafios para os próximos anos.
Os debates entre representativos nomes do segmento terão como resultado a formatação de um relatório para ajudar a nortear ajustes nas políticas públicas e privadas, na elaboração de parcerias e projetos em sintonia com o mercado, novas diretrizes e condutas e produção de tecnologia avançada para a área de Inovação no país. O documento deve ficar pronto nos próximos meses, quando será realizado uma segunda fase do Seminário, para analisar e selecionar as propostas. Entre os principais objetivos do evento também estava o compartilhamento de modelos de criação de startups e debates sobre a urgente necessidade de formação de recursos humanos para atuarem na área de inovação.
O Seminário foi promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, BRASSCOM (Brazilian Association of Information Technology and Communication Companies) e SBC (Sociedade Brasileira de Computação) e teve abertura do Secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida. Em sua apresentação, o Secretário destacou a importância do evento para estabelecer redes de comunicação e melhorar o diálogo entre a indústria e os pesquisadores na área de inovação, de forma a entender melhor as demandas de cada um dos setores. A identificação dos problemas e dificuldades pode ajudar o governo na criação de políticas mais adequadas às necessidades do mercado.
“Este evento tem uma importância muito grande para a indústria e o governo. Vamos mapear as iniciativas dos setores e os grandes desafios da área. Também irá ajudar a diminuir a distância entre as empresas e a academia”, destacou o Secretário. “A área de TI é fundamental para avançar a produtividade de outros setores”. Virgilio destacou que esta edição do Seminário, além de reunir os três setores, deve ter resultado mais pragmático, com definição de propostas e metas, de acordo com a realidade do mercado. “Vamos fazer uma relação de temas de pesquisa relevantes para a indústria e desafiadores para a academia, de forma a promover o avanço competitivo e internacional da indústria de software e serviços”.
Paulo Roberto Cunha, presidente da SBC, também ressaltou a importância de se criar mecanismos de cooperação entre governo, indústria e academia, estabelecendo pontes para os três segmentos conversarem frequentemente. “O resultado do Seminário, que era exploratório sobre o cenário da computação, ficou muito acima das expectativas. Os palestrantes e convidados conduziram os debates para as reais necessidades do setor e deixaram clara a necessidade de maior integração”.
O presidente da BRASSCOM, Antonio Gil, destacou que o evento foi realizado em um momento importante do segmento, no qual o país ocupa a 7ª colocação como maior mercado de TI do mundo, com faturamento de 123 bilhões de dólares, um setor não somente expressivo em tamanho, mas também sofisticado. “Se somarmos Tecnologia da Informação e Comunicação somos o 4º maior mercado do mundo, com faturamento na ordem de 235 bilhões de dólares. Mas, mesmo com tantos cases positivos, ainda temos muitos desafios e representamos apenas 5% do PIB nacional”. Para o presidente da BRASSCOM, a defasagem está no setor das pequenas e médias empresas, na transparência governamental e nas áreas sociais, principalmente na educação.
Além do secretário e dos presidentes da BRASSCOM e SBC, a abertura do evento ainda contou com as presenças de Carlos Alberto Pacheco, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Roberto Maia, vice-presidente da ASSESPRO, Jorge Sukarie, presidente da ABES e Ruben Delgado, presidente da SOFTEX. Durante o evento foram realizados painéis sobre o sistema bancário brasileiro; centros de P&D; áreas chave (petróleo, energia e defesa), saúde; e debatidos os novos modelos contratuais de P&D, as estratégias de nuvem do Governo Federal e as possibilidades de parcerias entre universidades e empresas.
Fonte: ASCOM-SBC