O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá recebeu, nesta sexta-feira (26), a visita de reitores vinculados à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). A atividade integrou a programação complementar da 207ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da entidade, realizada em Belém entre os dias 24 e 25 de setembro.
A presença da Andifes no PCT Guamá reforça a importância do diálogo entre universidades, institutos federais e ambientes de inovação para a preservação da Amazônia e o fortalecimento da ciência nacional, em um momento estratégico de preparação para a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025. Segundo Renato Francês, diretor-técnico da Fundação Guamá, instituição de ciência e tecnologia que faz a gestão do Parque, “O PCT Guamá é o primeiro parque tecnológico da Amazônia, reunindo 13 laboratórios e parceiros em inovação para transformar desafios regionais em soluções globais, fortalecendo ciência, tecnologia, empreendedorismo e desenvolvimento sustentável”.
O reitor da UFPA, Gilmar Silva, destacou a importância do ecossistema paraense. “Este é um parque importante, que conta com a parceria do Governo do Estado e das universidades públicas federais do Pará. Ficamos muito felizes em apresentar este espaço, que busca compreender, trabalhar e produzir soluções para a Amazônia. É uma satisfação receber os reitores que participaram da reunião da Andifes, um encontro relevante que reuniu mais de 50 dirigentes de universidades federais de todo o Brasil”.
A agenda no Parque iniciou com uma apresentação institucional conduzida pelo diretor-técnico da Fundação. Em seguida, os reitores participaram de uma visita técnica a dois laboratórios residentes do PCT Guamá, o Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), referência em pesquisas voltadas à bioeconomia, e o Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs), que desenvolve processos industriais sustentáveis. Ambos são vinculados à Universidade Federal do Pará (UFPA).
Para o professor Jones Goettert, reitor da Universidade da Grande Dourados (UFGD), “A visita da Andifes ao PCT Guamá reforça a união entre ciência, educação e soberania nacional, valorizando a formação de novos pesquisadores e a integração entre ensino e pesquisa como caminho para um Brasil mais justo e sustentável”.
Já o professor Nildo Dias, vice-reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), ressaltou que “A visita ao PCT Guamá inspira a criação de um parque tecnológico no semiárido, mostrando que o conhecimento desenvolvido na Amazônia pode dialogar com a Caatinga, fortalecendo ciência, inovação e desenvolvimento adaptados a cada realidade”.
A 207ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da Andifes teve início no dia 24, no Convento dos Mercedários da UFPA, com abertura oficial e um painel sobre universidades e biomas. No dia 25, na Reitoria da Universidade, a pauta incluiu temas como a Política Nacional de Dados da Educação, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a certificação de hospitais de ensino, boas práticas em eficiência energética e a eleição do Conselho Fiscal.
A Andifes
Criada em 1989, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior representa todas as universidades federais brasileiras, no Brasil e no exterior. Seu propósito é defender e fortalecer a educação pública superior, promover a integração entre as instituições, articular políticas de ensino, pesquisa e extensão e atuar como interlocutora junto aos poderes públicos e à sociedade.
Referência em inovação na Amazônia
O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com as parcerias da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e gestão da Fundação Guamá.
É o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.
Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.
O complexo conta com mais de 90 empresas entre residentes e associadas, 17 laboratórios com mais de 400 pesquisadores, 44 patentes e uma escola técnica.
O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.
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