Estudantes de Portugal começaram a utilizar uma ferramenta tecnológica desenvolvida dentro do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. Os óculos de realidade virtual, o MiritiBoard VR, da Inteceleri, empresa instalada dentro do complexo, passaram a integrar as atividades educacionais de três escolas portuguesas.
“Fico grato com todo apoio que temos do Parque de Ciência e Tecnologia, desde o início a gente participou de projetos de internacionalização, e esse suporte faz grande diferença, porque a gente começa a entender quais são os passos para expandir nosso mercado de negócios. O que nós fizemos despertou o interesse nesse grupo, que enxerga nossa posição dentro do Parque, como algo que faz total sentido, porque os países desenvolvidos já têm essa relação da universidade com o mercado e esse é o grande papel que o PCT Guamá faz, nos relacionar com a pesquisa, convertendo ciência em produto”, declara Walter Junior, CEO da startup.
Aprendizado interativo
As escolas, localizadas na cidade de Braga em Portugal, receberam os aplicativos Matematicando e Geometa, que ajudam no ensino das operações básicas e da geometria plana e espacial. O processo de aprendizagem utiliza realidade virtual, inteligência artificial, metaverso, e jogos, tornando o aprendizado dinâmico e interativo. A metodologia criada pela startup paraense do PCT Guamá será aplicada com material todo traduzido para o português de Portugal. Serão mais de 1.700 estudantes alcançados nas três instituições particulares.
“É uma validação do nosso trabalho. Estamos falando de um país desenvolvido que tem um índice de proficiência em matemática de mais de 50%. A Europa toda está embarcando na educação 5.0 que tem ligação muito forte com ambientes de tecnologia que geram benefícios para os alunos. Então eles enxergam, na nossa ferramenta, uma grande possibilidade de apresentar para o aluno e professor uma nova forma de aprender e ensinar”, explica Walter.
Denominada Team4Edtutech, a ação foi colocada em prática no início deste ano, com atividades piloto entre professores portugueses e brasileiros oriundos do Pará. O primeiro contato da empresa residente do PCT Guamá com a empresa portuguesa, responsável pelas escolas, iniciou durante um evento de tecnologia para educação realizado em Portugal, no ano passado. A ideia é continuar a parceria até 2026.
Expansão dos negócios
Ao longo de quase dez anos de atividade, o faturamento da empresa foi de aproximadamente R$ 10 milhões, e a expectativa é crescer ainda mais com novas parcerias locais, nacionais e fora do país.
Em todo Pará, 23 municípios já utilizaram as ferramentas desenvolvidas pela residente do PCT Guamá, e outras colaborações também já foram firmadas nos estados do Amapá, Amazonas, Ceará e São Paulo. Mais de 500 mil estudantes já foram alcançados pela metodologia desenvolvida pela startup. Fora do Brasil, a empresa fez prospecções recentes com países como França, Guiana e Angola.
Bárbara Chagas, gerente de execução da Inteceleri chama atenção para o uso cada vez mais frequente da tecnologia no cotidiano, e a importância de a escola acompanhar essa realidade. “A escola deveria preparar os alunos para o futuro, quando ela não percebe as mudanças da sociedade em relação ao uso das tecnologias digitais, ela se perde, fica atrás das pessoas que de fato, as utilizam e dominam, como os jovens da geração atual. É nessa perspectiva que estamos trabalhando, para ampliar e democratizar o acesso e uso de recursos digitais na educação e mostrar para os formadores o quanto podemos evoluir no ensino, na aprendizagem e na avaliação com apoio desses recursos”, afirma.