Reforçar o diálogo internacional e ampliar as parcerias estratégicas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia foram os principais objetivos do Fórum EuroAmazônico de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), realizado nos dias 24 e 25 de abril (quinta e sexta-feira), no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT), em Belém. Organizado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), o evento reuniu representantes de instituições científicas brasileiras e da União Europeia, com a participação da Áustria, Bélgica, Eslovênia, Finlândia, Hungria, Suécia, França e Alemanha.
Com ênfase nas oportunidades proporcionadas pela COP 30 (conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas), que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025, o Fórum buscou consolidar a ciência, a tecnologia e a inovação como vetores centrais do desenvolvimento sustentável na região amazônica.
“Recebemos a comitiva para fortalecer a internacionalização do nosso ecossistema de ciência, tecnologia e inovação. A iniciativa busca atrair pesquisadores europeus ao Pará, promovendo a troca de experiências, a valorização da biodiversidade amazônica e a geração de conhecimento que contribua para o desenvolvimento sustentável da região”, destacou o assessor internacional da Fapespa, Marcus Nascimento.
Busca de soluções – A programação iniciou na quinta-feira (24), em cerimônia com as presenças de Marcel Botelho, titular da Fapespa; Dhallys Mota, oficial de Ciência, Tecnologia e Inovação da União Europeia no Brasil; Victor Dias, titular da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), e João Weyl, diretor-presidente da Fundação Guamá, instituição responsável pela gestão do PCT Guamá.
A programação incluiu painéis sobre parcerias internacionais voltadas à COP 30, além de debates sobre o papel da ciência na construção de soluções inovadoras para os desafios amazônicos. À tarde, uma reunião reservada entre a Fapespa e representantes dos Estados-Membros da União Europeia foi seguida por visita técnica à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Nesta sexta-feira (25) houve visitas técnicas a laboratórios instalados no PCT Guamá, com apoio da Fapespa, e ao campus de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, uma das mais importantes instituições de pesquisa do Brasil. A iniciativa promoveu a integração prática entre instituições de pesquisa e potenciais parceiros internacionais, aproximando a ciência da realidade amazônica.
Visibilidade – Segundo João Weyl, “a visita fortalece pontes estratégicas para a Amazônia, ao conectar nossa produção científica com centros de excelência europeus. Esses laços são fundamentais para ampliar a visibilidade da pesquisa desenvolvida na região, fomentar novas colaborações e transformar conhecimento em soluções sustentáveis alinhadas às demandas locais”.
Para Dhallys Motta Nunes, “o PCT Guamá se destaca como um polo dinâmico e estruturado, com potencial para liderar iniciativas de inovação sustentável. Queremos fortalecer essa conexão, ampliar a participação do estado em chamadas internacionais e impulsionar novas parcerias entre instituições amazônicas e europeias”.
Durante a visita técnica, a comitiva conheceu projetos desenvolvidos no Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs), Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (Cvacba), Laboratório de Engenharia Biológica (EngBio) e Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA), todos vinculados à Universidade Federal do Pará (UFPA), além do Laboratório da Qualidade de Água da Amazônia (LabÁgua), da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
O Fórum deu continuidade aos diálogos iniciados na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), reafirmando o papel estratégico da cooperação internacional na valorização do conhecimento produzido na Amazônia e na promoção de soluções sustentáveis para seus desafios sociais e ambientais.
Referência na Amazônia – O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Sectet, em parceria com a UFPA e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com gestão da Fundação Guamá. Primeiro parque tecnológico da região Norte, o PCT Guamá tem como missão estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, voltada à melhoria da qualidade de vida da população.
Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o Parque está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, distribuído em 72 hectares destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.
O complexo abriga mais de 30 empresas residentes, mais de 40 associadas, 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, além de uma escola técnica da rede pública estadual.
O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), compondo o maior ecossistema de inovação do mundo.
