No PCT Guamá, pesquisadores da Biologia contribuem para o avanço científico e tecnológico

Cerca de 200 pesquisadores da área da Biologia atuam no Parque e conectam ciência ao mercado
Foto: Nailana Thiely / Uepa

Hélber Cardoso, pesquisador do Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (Ceabio), instalado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, ainda criança, começou a se interessar pelos fenômenos biológicos e questionava o motivo das plantas “almoçarem o sol”, processo chamado de fotossíntese, pela qual as plantas e outros organismos convertem energia luminosa em energia química.

Estudante de Ciências Biológicas e bolsista de iniciação científica no Laboratório de Genética e Biologia Celular (Genbiocel), do Ceabio, Hélber atua na área de Genética Animal. Para ele, estar no laboratório representa adquirir novos conhecimentos. “Ter a oportunidade de fazer ciência em um laboratório como este me trouxe toda a certeza de que eu desejo atuar nesta linha de pesquisa, me especializar ao máximo, e contribuir com a comunidade científica com minhas pesquisas para fomentar estudos na região Amazônica, que possui uma vasta biodiversidade tão pouco conhecida e que precisa ser urgentemente preservada”, afirma Hélber.

No PCT Guamá, cerca de 200 pesquisadores, graduandos, mestrandos, e doutorandos da área da Biologia encontram nos laboratórios do Parque a possibilidade de atuar em um espaço dedicado à inovação, ciência e empreendedorismo, contribuindo com inovações científicas, seus impactos, desdobramentos e possibilidades. Os profissionais podem atuar na área de Genética, Biotecnologia, Entomologia, Botânica, Ictiologia, Mastozoologia, entre outras.

Para Ângela Nascimento, assistente técnica da Fundação Guamá, organização gestora do complexo, o biólogo impacta a vida de todas as formas e beneficia a comunidade com suas ações. “O profissional consegue realizar diversos tipos de trabalho, seja na participação e desenvolvimento de pesquisas aplicadas que chegam ao mercado gerando empregos e negócios de bases tecnológicas, ou mesmo no atendimento mais direto à comunidade, devido a sua capacidade de multi atuação”.

“Aliando evolução, inovação e impactos sociais e ambientais das ações científicas, o profissional é capaz de expandir a pesquisa científica para além das academias e laboratórios, como temos visto no desenvolvimento de startups, divulgação da ciência e mesmo em processos de consultoria para empreendimentos de diversas natureza como acontece no Parque”, finaliza Ângela.

Conhecimento em prática

O biólogo é o profissional responsável pela investigação dos processos de evolução da vida, e atua para a compreensão do mundo e seus fenômenos. No Grupo de Ecologia Aquática (GEA), vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA) e instalado no PCT, a pesquisadora Thaize Souza contribui com as pesquisas inovadoras do GEA em ambientes aquáticos, marinhos, de transição e rios, em conjunto com outros 47 biólogos que fazem parte da equipe, que é referência no estudo dos impactos ambientais causados por hidrelétricas. O objetivo da pesquisa é destacar os efeitos do barramento, nome dado às barreiras artificiais em cursos d’água criadas para a retenção aquática em reservatórios, na ecologia de peixes do rio Xingu, utilizando análises de Isótopos Estáveis em lentes oculares de peixes, que permitem a obtenção de informações sobre a origem de elementos absorvidos nos tecidos do animal durante a alimentação ou estadia em um ambiente ao longo da vida.

Foto: Thalmus Gama / Agência Pará

O trabalho aponta ainda que é possível descobrir em qual período da vida o indivíduo conseguiu utilizar alimentos de origem aquática ou terrestre, e avalia se os peixes da região barrada conseguem se desenvolver com qualidade. “Se os peixes se desenvolvem com qualidade, eles reproduzem com eficácia. E tanto a comunidade aquática quanto a comunidade que tem os peixes como sua principal fonte de alimentação e renda, permanecem saudáveis”, afirma.

Já no Laboratório de Qualidade da Água da Amazônia (Lab Água), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), o biólogo pode atuar na área de análises ambientais microbiológicas de águas e efluentes na região amazônica. É o caso de Carla Carneiro, doutoranda em Ciências Ambientais, que busca levantar o panorama das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado do município de Belém, para mostrar novos caminhos para o cenário de saúde pública da capital.

O biólogo tem mais oportunidades de desenvolver pesquisas quando possui o suporte de um laboratório. “O Lab Água oferece o suporte necessário para os objetivos da pesquisa serem alcançados, desde o suporte para as coletas do material em campo, com pessoal de apoio qualificado, equipamentos e segurança, até o suporte estrutural e laboratorial para as análises tanto físico-químicas, quanto microbiológicas da água coletada. Atuar como doutoranda no Lab Água, inclui diversas atividades, não apenas dentro do laboratório, mas em campo”.

Ayla Ferreira com supervisão de Sérgio Moraes

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