O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá irá apresentar suas experiências na Conferência IASP, a maior sobre inovação no mundo. Este ano, a 41° edição será em Nairobi, Quênia, na sede do parque tecnológico Konza Technopolis, de 24 a 27 de setembro, e contará com uma série de atividades entre palestras, debates e visitas técnicas.
Rodrigo Quites Reis, diretor-presidente da Fundação Guamá, gestora do parque, será membro do painel “Reduzindo as lacunas socioeconômicas com inovação inclusiva” com o tema “Combinando ciência, tecnologia e conhecimento tradicional para a produção e comercialização sustentável de óleos vegetais por comunidades extrativistas na Amazônia”. O painel ainda contará com a participação de Yaruq Nadeem, do Parque Nacional de Ciência e Tecnologia do Paquistão, e Monika Machowka, do Parque Tecnológico de Cracóvia, Polônia.
Um trabalho que relata a experiência do PCT Guamá desenvolvida pelo Laboratório de Óleos da Amazônia (LOA), vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA) será apresentado. Componente do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), a atividade conta com capacitação técnica e certificação de qualidade de óleos essenciais em comunidades agroextrativistas nos municípios de São Miguel do Guamá, Mãe do Rio e Bragança.
“Nestas atividades, nós buscamos combinar o conhecimento tradicional das comunidades com os avanços do conhecimento científico, contribuindo para uma melhoria na produção de óleos de andiroba, tucumã, coco, copaíba, castanha do Pará, e buriti. Desenvolvemos este projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), com apoio financeiro do Instituto Clima e Sociedade (iCS)”, Explicou Quites.
Amazônia Agora
O PEAA é a principal iniciativa para reduzir o desmatamento no Pará, lançado em agosto de 2020. O objetivo é diminuir em pelo menos 37% as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes da conversão de florestas e uso da terra até 2030, com um aumento para 43% até 2035, em comparação com a média de 2014 a 2018.
Além de reduzir o desmatamento, o PEAA visa intensificar a regeneração vegetal, atingindo 5,65 milhões de hectares até 2030 e 7,41 milhões de hectares até 2035. O Pará, o segundo maior estado do Brasil, com uma área de 125 milhões de hectares, lidera as emissões de GEE no país, que é o sétimo maior emissor global. O PEAA pretende transformar o Pará em um emissor líquido zero de GEE até 2036, eliminando sua contribuição para as mudanças climáticas. Para alcançar esse objetivo, o PEAA segue uma estratégia robusta baseada em quatro componentes estruturais e três componentes transversais.
Referência em inovação na Amazônia
O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e gestão da Fundação Guamá.
É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.
Situado em uma área de 72 hectares entre os campi das duas universidades, o PCT Guamá conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 60 associados (vinculadas ao parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do Estado.
Membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (Iasp), o PCT Guamá faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.