Segundo o LOA, rejeitos de indústrias locais apresentam potencial para biodiesel

Estudos conduzidos por pesquisadores do LOA/UFPA, laboratório instalado no PCT Guamá, em cooperação com pesquisadores do Amapá, apontam a utilização de rejeitos do óleo de palma e do caulim na produção de biocombustível

O PCT Guamá dispõe de laboratórios com soluções tecnológicas para ajudar a desenvolver produtos inovadores para o setor produtivo

Biocombustível é um termo utilizado para descrever combustíveis produzidos a partir de materiais vegetais que não sofreram processo de fossilização. Ele pode ser produzido a partir de óleo de sementes e grãos, como também a partir de gordura animal, vegetal ou micro-organismos.

Um catalisador é uma substância capaz de acelerar a velocidade em que se processam determinadas reações químicas sem sofrer alterações, ou seja, não é consumido, podendo ser recuperado completamente no final da reação.

No biodiesel, os catalisadores são usados para fazer um álcool e um óleo ou gordura reagirem mais rapidamente, dando origem ao biocombustível.

Na pesquisa do LOA/UFPA em parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap), a gordura (ácido graxo) do biocombustível seria proveniente do destilado da desodorização do óleo de palma (DDPO), um resíduo agroindustrial abundante na região e com potencial para ser utilizado na produção de ésteres etílicos de ácidos graxos (biodiesel)

Investigações experimentais revelaram que o catalisador heterogêneo 10HPMo/AlSiM, obtido a partir do caulim bruto da região amazônica, demonstrou uma excelente atividade catalítica.

A vantagem dos catalisadores heterogêneos é que eles são sólidos, o que facilita a filtragem do material ao final do processo de fabricação, diferente dos heterogêneos, que são substâncias em estado líquido que acabam se diluindo dentro do biodiesel.

Quando aplicado na esterificação – reação da qual resulta a formação de ésteres, processo essencial para a fabricação de biodiesel – do DDPO com etanol, esse catalisador promoveu um índice de conversão de 94% , e foi capaz de manter uma atividade de satisfatória maior que 75% após quatro ciclos consecutivos.

A utilização de dois subprodutos industriais, o DDPO da indústria de óleo de palma e o caulim bruto, para gerar um biocombustível permite uma produção que reduz impactos ambientais decorrentes do seu fornecimento, além de acrescentar valor econômico aos resíduos que seriam uma preocupação a mais para essas indústrias.

A pesquisa contou com o apoio da Agropalma, empresa que cedeu resíduos do processo de destilação da desodorização do óleo de palma (DDPO); do Instituto de Geociências da UFPA, que forneceu caulim bruto da Região do Rio Capim, no Pará; e com a parceria da Unifap.

Confira as íntegras dos artigos publicados por pesquisadores do LOA sobre o tema:

An Efficient Catalyst Prepared from Residual Kaolin for the Esterification of Distillate from the Deodorization of Palm Oil: https://doi.org/10.3390/catal11050604

Use of Oxone® as a Potential Catalyst in Biodiesel Production from Palm Fatty Acid Distillate (PFAD): https://link.springer.com/article/10.1007/s10562-021-03698-2

 

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