Professor da UFPA recebe prêmio nacional por pesquisas na área de Catálise
O que provoca uma reação importante. A Catálise é um processo que muda uma reação química. Uma pequena porção de um catalisador altera as substâncias com as quais entra em contato, acelera reações e é importante para vários setores, do laboratório à indústria. O pesquisador paraense Luís Adriano Santos do Nascimento foi escolhido como “Pesquisador em Catálise 2021”, pela Sociedade Brasileira que reúne os profissionais que se dedicam a estudos sobre essa área da Química.
O prêmio será entregue em setembro e o professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará já comemora o reconhecimento que, pela primeira vez, é entregue a um pesquisador do Norte e Nordeste. Ele vai apresentar uma Keynote durante o 21º Congresso Brasileiro de Catálise que acontecerá, de forma totalmente virtual, de 13 a 17 de setembro de 2021.
Ciência na Amazônia – O professor explica que o diferencial da pesquisa realizada por ele e pela rede de estudiosos da qual faz parte é a relação com a Amazônia e o empenho em partir de resíduos e rejeitos para criar novas substâncias.
“Utilizamos resíduos que temos na região e este é nosso ponto forte e particularidade. Rejeitos de atividades minerais, cascas e caroços de frutas, restos de madeira são usados para fazer pesquisas e temos conseguido obter resultados expressivos, nacional e internacionalmente. Esse prêmio é um motivo de orgulho porque temos poucos recursos para fazer ciência no Brasil e ainda menos para realizar pesquisas no Norte do país. É mais difícil para nós fazermos ciência na Amazônia e esse prêmio representa um daqueles momentos em que vemos que estamos no caminho certo”, acredita Luiz Adriano.
O pesquisador, que faz parte do Grupo de Pesquisa em Catálise e Oleoquímica e é Vice-Coordenador do Laboratório de Óleos da Amazônia, que é da UFPA e está instalado no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá), destaca ainda a importância das parcerias para que estes estudos sejam realizados.
Para ele, parcerias com outros pesquisadores da UFPA; com instituições paraenses como Instituto Federal do Pará (IFPA); de outros estados, como a Universidade do Amapá (Unifap); e ainda cooperações com instituições internacionais como a Universidade de Córdoba, na Espanha, e universidades sediadas no México e nos Estados Unidos são fundamentais na construção do conhecimento e também a dar visibilidade para as descobertas feitas pelos pesquisadores da rede.
Catálise e Catalisadores – Luís Adriano explica que catalisadores são substâncias que aceleram reações químicas. Com isso, reações que poderiam demorar dias para acontecer, acabam acontecendo em minutos ou horas. “E isso faz com que a gente tenha acesso a produtos. Na área de alimentos, cosméticos, medicamentos e biocombustíveis, por exemplo. Os catalisadores nos ajudam a obter produtos que estão nas nossas vidas. E a parte da química que estuda esses catalisadores é conhecida como Catálise, daí o nome do prêmio e da Sociedade responsável por ele”.
A Sociedade Brasileira de Catálise reúne todos os pesquisadores que se dedicam a estudar, a preparar, a caracterizar e a testar substâncias que possam ter essa capacidade de acelerar as reações. A premiação “Pesquisador em Catálise” é bianual, existe desde 2003 e oferece destaque a jovens pesquisadores que tenham contribuído para os estudos na área.
Melhor “Catálise” – Entre os critérios usados para definir quem receberá o prêmio a cada dois anos estão: as contribuições cientificas desta pessoa ao longo da carreira; artigos publicados; atuação na formação de recursos humanos; as atividades de pesquisa, extensão e ensino realizadas; e atuação na coordenação de projetos.
“É uma conquista que me encheu de orgulho e de uma sensação incrível porque apenas dez pessoas receberam esse prêmio antes de mim e sou o primeiro do Norte e Nordeste a receber esse reconhecimento. Os meus antecessores que eram jovens pesquisadores quando foram premiados, hoje são referências na nossa área. Me sinto muito feliz, honrado e orgulhoso por poder representar a UFPA e o PCT-Guamá e ainda porque esse reconhecimento é reflexo da nossa atuação durante uma década na área da Catálise, com a ajuda desta rede que está em constante expansão”, define Luís Adriano.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará