Inaugurado em 12 de maio de 2017, o primeiro laboratório de qualidade de leite da Região Norte quer impulsionar seu trabalho neste ano para se tornar referência nacional. O espaço, que funciona no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, é uma demanda antiga de produtores locais que prezam pela qualidade de sua matéria- prima e derivados.
“O laboratório, assim que foi inaugurado, passou a ser inserido na Rede Brasileira de Qualidade do Leite, mas está em processo de credenciamento, no qual as análises que o laboratório está fazendo precisam passar por todas as etapas, com treinamentos específicos, a construção de curva de avaliação e as reuniões frequentes que são feitas com o Ministério”, disse Luiza Meller, coordenadora do laboratório.
O governo estadual, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), investiu mais de R$ 2,3 milhões na construção do laboratório. O Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa) foi responsável pela aquisição dos equipamentos de diagnóstico e a Fundação Amazônia Paraense de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) adquiriu os mobiliários. A coordenação é de responsabilidade do Programa de Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O Laboratório está rastreando a produção leiteira paraense, conferindo-lhe controle e selo de qualidade. O objetivo é auxiliar os produtores de leite e as indústrias de laticínios paraenses a alcançar melhores índices de produtividade, melhorar a qualidade da matéria-prima e dos produtos derivados. Além de análises e diagnósticos, o Laboratório do Leite atuará no treinamento de produtores para que problemas básicos que causam entraves à produção possam ser superados.
Técnicos do Laboratório estarão preparados para prestar assessoramento em processos como higienização, ordenha, armazenamento e transporte, os quais feitos de forma correta podem resolver problemas complexos e aumentar a produtividade.
Serviços oferecidos-
-Análise da qualidade do leite por meio de Contagem de Células Somáticas (CCS);
-Contagem Bacteriana Total do Leite (CBT);
-Composição físico-química (teores de gordura, proteína, lactose, sólidos totais e sólidos
desengordurados);
-Composição nutricional de forrageiras (a ser implantado) e de ingredientes de rações ( complementar)
Produção de leite no estado- Em oito meses de funcionamento, o laboratório já coletou mais de um mil amostras. Só de Santarém, o município recordista, por causa de uma parceria com o Instituto Federal do Pará, vieram em torno de 700 amostras. Castanhal e a região do Marajó também coletaram amostras.
O laboratório tem a capacidade de, hoje, fazer a coleta de 400 amostras de leite por hora. Cada amostra possui 50 mls. “Temos condições de atender a toda bacia leiteira da região, e o objetivo do laboratório é atender não só o estado do Pará, como toda a região”, destacou Luiza.
Em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará ( Adepará), o laboratório descobriu 20 empresas fabricantes de leite que têm o registro estadual, e mais de 500 produtores de leite e derivados cadastrados incluídos nas bacias leiteiras do estado do Pará.
O custo analítico é baixo ( 5 reais por amostra), e a ideia do laboratório é atender desde o pequeno produtor até as grandes indústrias.
Com o apoio da Adepará, o LQL-Norte está convocando todos os produtores e fabricantes de leite e derivados para uma reunião, no dia 28 de fevereiro.“Queremos organizar as bacias leiteiras para facilitar a entrega da amostra, organizar a logística de chegada, e desmistificar a crença de que a análise laboratorial vai ser cara”, reforçou a coordenadora.
Profissionais motivados- O processo de crescimento e respaldo do laboratório junto aos produtores locais vem motivando os profissionais que ali atuam. Como Lorena Pantoja, tecnóloga de alimentos, 23 anos, que trabalha no laboratório desde sua inauguração. “Fico muito feliz de ajudar a escrever a história do primeiro laboratório de leite da região, que vai fortalecer o setor leiteiro do estado e dar oportunidade de trabalho e pesquisa a profissionais do nosso ramo”, destacou a tecnóloga.