No último dia 26 de maio, a Inteceleri, empresa de tecnologia voltada para a criação de projetos, soluções e ferramentas que visam a melhora da qualidade da educação, apresentou o seu novo projeto, o MiritiBoard VR, óculos de realidade virtual que utiliza o miolo do miriti como matéria prima. O projeto foi apresentado no auditório do prédio Espaço Inovação, do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, durante evento realizado em conjunto com o Google For Education.
Inspirado no Google Cardboard, o MiritiBoard VR é um projeto aberto, qualquer pessoa pode baixar o molde e construir o seu. Para usufruir dos óculos, basta ter acesso a um smartphone com giroscópio e acelerômetro, ferramentas que possibilitam a experiência de imersão. “O objetivo do projeto é mostrar para a comunidade escolar que é possível inovar com uma matéria prima que está no nosso quintal, como é o caso do miriti. A realidade virtual permite que os alunos possam visitar diferentes lugares, enxergando o mundo com outros olhos. Estamos mapeando pontos de Belém para que possamos levar estes ambientes para a sala de aula, proporcionando uma interação maior nas aulas clássicas e enriquecendo a relação ensino-aprendizagem”, destaca Walter Junior, sócio da Inteceleri.
O MiritiBoard vai compor o Projeto Aluno Explorador VR, focado no ensino de geometria. No ambiente virtual o aluno consegue identificar diferentes formas geométricas e, através de um processo de abstração que acontece dentro deste ambiente, é capaz de ver a materialização das formas em 3D, 2D, podendo ver na prática a aplicação de conceitos de geometria. “A ideia principal é que o professor, junto com os próprios alunos, faça o download do projeto e construa seus próprios óculos. Trata-se da transversalidade da educação e utiliza também os conceitos da cultura maker, onde qualquer pessoa pode construir, consertar, modificar e fabricar diferentes tipos de objetos com as suas próprias mãos”, informa Walter Junior.
Apesar de ser um projeto aberto, a Inteceleri também fará a comercialização dos óculos prontos. Parte da renda será revertida para comunidades do estado que trabalham com o Miriti. As parcerias estão em fase de articulação, mas já há intenção de fechar acordos de produção como com a Associação de Remanescentes do Quilombo de Gurupá (Arquig), no município de Cachoeira do Arari, arquipélago do Marajó. Um integrante da comunidade, que é estudante de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará, participou da concepção dos primeiros protótipos e da produção da versão final dos óculos, junto com a equipe da Inteceleri.
O evento de apresentação do MiritiBoard, voltado para diretores de escolas privadas e representantes de Secretarias de Educação Pública, contará com a presença do gerente sênior de Programas do Google Brasil, Rodrigo Vale.
Inteceleri – Empresa de tecnologia voltada para a criação de projetos, soluções e ferramentas que visam a melhorar a qualidade da educação, em especial no nível do Ensino Básico. Produzem jogos e metodologias inovadoras como, por exemplo, o Matematicando, com o objetivo de ajudar professores a ensinar para os estudantes conteúdos essenciais da disciplina matemática de forma muito mais acelerada e divertida. É parceira oficial do Google na implantação da plataforma Google for Education e da plataforma Google Expedition. Atua no mercado há mais de 3 anos e possui cerca de 70 mil alunos e 6 mil professores que participam dos seus projetos.
Parque de Ciência e Tecnologia Guamá – Construído em Belém, em uma área de 73 ha cedida UFPA e pela UFRA, o PCT Guamá é o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na Região Norte. A construção e consolidação do espaço são de responsabilidade do Governo do Pará, por meio da Sectet.
Abriga empreendimentos como o Centro Regional Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRA Inpe); o Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon); o Laboratório da Qualidade do Leite e o Espaço Inovação, prédio que abriga laboratórios avançados de pesquisa e desenvolvimento que oferecem serviços variados para os setores público e privado, startups e empresas que tenham por essência o investimento em inovação.
Texto – Juliane Frazão (Ascom PCT Guamá)
Foto – Divulgação/Inteceleri