Seminário reúne pesquisadores da Amazônia e do Reino Unido em Belém e Caixuanã de 30/9 a 4/10
Agência Museu Goeldi – O ano de 2013 é especial para a pesquisa na região norte do Brasil: a Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), base de pesquisas científicas do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), completa 20 anos de existência. Para comemorar esse momento acontece, de 30 de setembro a 4 de outubro, em Belém e na Floresta Nacional de Caxiuanã, o Seminário “Biodiversidade, Inovação e Sustentabilidade – Amazônia e Reino Unido: experiências e oportunidades”. O evento, de nível internacional e que conta com a parceria do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), reunirá profissionais e pesquisadores brasileiros e do Reino Unido para melhorar o intercâmbio de práticas nas áreas de biodiversidade, biotecnologia, transferência de tecnologia e propriedade intelectual.
Programação – A agenda do evento se inicia no dia 30 com reunião da coordenação do evento, pesquisadores brasileiros e britânicos. Já nos dias 1º e 2 de outubro um grupo de especialistas e autoridades discute, naEstação Científica, localizada no município de Melgaço, no Pará, possibilidades de consolidação e expansão da cooperação científica e tecnológica entre os diferentes grupos de pesquisa que atuam em Caxiuanã e o Reino Unido.
No dia 3, às 9h, acontece a abertura oficial do Seminário no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do MPEG, com as boas vindas proferidas pelo Diretor do Museu, Dr. Nilson Gabas Jr. A solenidade de abertura contará com a participação de representante do MCTI e do Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Pará, Dr. Alberto Arruda.
Homenagem – Um participante do evento e especial convidado é Sir Ghillean T. Prance, especialista em botânica amazônica, diretor do Jardim Botânico Real em Kew, Londres, até 1999, foi responsável britânico pelas negociações para investimento do Reino Unido para a instalação da Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). Ele profere conferência na abertura do Seminário, quando também receberá homenagem do Museu Goeldi.
Selo comemorativo – No dia 3 acontece também o lançamento do selo em comemoração aos 20 anos da ECFPn. Com tiragem de três mil exemplares, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) lançará emissão especial de selos que trás a representação da Floresta Nacional de Caxiuanã sob a perspectiva de Hudson Maik da Silva, idealizador da arte. Inspirado pela poesia da canção “Este rio é minha rua”, de Ruy Barata e Paulo André. Hudson percebeu que “as lindas ruas de águas calmas e espelhadas muradas por bela e vasta vegetação com animais escondidos entre elas” não só representam a base do Museu e a Floresta de Caxiuanã como a Amazônia em sua completude.
Entre os dias 3 e 4 de outubro se desenrola a programação de conferências, mesas-redondas e painéis em Belém, no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do MPEG, com a presença, dentre outras autoridades, do Diretor do Museu, Dr. Nilson Gabas Jr, de representante do MCTI e do Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do Pará, Dr. Alberto Arruda. Também para a solenidade de abertura, ainda a ser confirmada, está a vinda do senhor Richard Banyon, ministro da Agricultura do Reino Unido.
Ciência e setor produtivo – Os participantes do evento vão conhecer experiências bem sucedidas de redes de pesquisas científicas, contribuições para a sustentabilidade global, possibilidades de cooperação em pesquisa, inovação e transferência de tecnologia bem como o papel científico, sustentável e tecnológico das empresas que atuam na Amazônia.
O evento pretende definir projetos conjuntos entre as instituições de Ciência e Tecnologia da Amazônia Oriental e o Reino Unido; criar meios para que haja um maior apoio dos órgãos de ciência, tecnologia e inovação da Amazônia para as atividades desenvolvidas na Floresta Nacional de Caxiuanã; além de estreitar as relações entre os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e os alunos de pós-graduação e técnicos de empresas que serão capacitados através dos minicursos oferecidos durante o Workshop.
Organizadores e Patrocinadores – O evento é destinado a um público especializado, porém aberto ao público diretamente interessado no assunto e que tenha afinidade como o tema, como gestores de inovação, empresas, pesquisadores, populações tradicionais interessados em discutir a temática. O Workshop é uma realização do MCTI/MPEG/Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (MPEG, IFPA, UFPA, EMBRAPA, CESUPA, UEPA, UFRA, UFT, UNITINS) e da Embaixada Britânica, e conta com o apoio de inúmeros parceiros. Tem parceria do Governo do Estado do Pará, Fundação Amazônia Paraense, Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) e Banco da Amazônia e apoiado por várias instituições. Entre elas, a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) responsável pela infraestrutura do canal de transmissão da abertura do evento. No dia 3, às 9 horas, acesse aqui.
ECFPn – É uma base de pesquisas científicas do Museu Goeldi/MCTI, implantada em 1993, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no município de Melgaço, no Estado do Pará. Tem por objetivo apoiar estudos científicos sobre a sociobiodiversidade da Amazônia, além de atividades de educação em ciências e educação ambiental. Na estação são realizados eventos como treinamentos, visitas orientadas, cursos de campo para alunos de graduação e pós-graduação e treinamentos de extensão rural para moradores de Caxiuanã.
Serviço: Seminário “Biodiversidade, Inovação e Sustentabilidade – Amazônia e Reino Unido: experiências e oportunidades”, de 30 de setembro a 4 de outubro, em Belém e Caxiuanã. Cerimônia de abertura no dia 3 de outubro será transmitida a partir das 9 horas. Para acessar clique aqui.
Lançamento do livro Caxiuanã, Paraíso ainda preservado, no dia 3 de outubro, às 18h, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi.
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Desenvolvimento Humano em Melgaço
Num município marcado pelo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil – Melgaço, no Pará – nem tudo é pobreza e carência. Que o digam organizadores e participantes da Olimpíada de Ciência da Floresta Nacional de Caxiuanã.
Ainda que pobreza e carência sejam itens de uma condição indesejada e que precisa ser remediada de pronto, ações de educação e trabalho comunitário são desenvolvidas pelo Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) há duas décadas na região, que abriga a Floresta Nacional (Flona) mais antiga da Amazônia Legal, a Flona Caxiuanã, criada em 1961, pelo Decreto Federal nº 239 e situada a 300 km da cidade de Belém, às margens da Baía de Caxiuanã, um alargamento do baixo rio Anapu que desemboca na foz do rio Amazonas.
O Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) mantém o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Floresta Modelo em andamento desde a instalação da Estação Científica Ferreira Penna e estabeleceu laços de colaboração com a comunidade local através de ações baseadas na educação. Tem sido assim, ao longo de duas décadas, que Museu e populações da região trabalham para estabelecer “um modelo de desenvolvimento sustentável para as comunidades da Floresta Nacional de Caxiuanã, tendo como eixo a educação”, diz a atual coordenadora do Programa e atual chefe da Estação, a Dra. Graça Ferraz, em recente publicação denominada “Floresta Nacional de Caxiuanã: Patrimônio Biológico e Cultural da Amazônia”.
Textos: Lucila Vilar e Jimena Felipe Beltrão