Empreendedores conhecem estratégias para conquistar investidores anjo
O crescente mercado de investimento anjo no Brasil e as estratégias gerais a serem adotadas para empreendedores captarem recursos e parcerias junto a estes investidores foram abordadas no primeiro módulo do Workshop Investimento Anjo para Empreendedores, ministrado, na última quinta-feira (25/4), pelo consultor e investidor anjo Marcos Hashimoto, da organização Anjos do Brasil. A capacitação foi realizada pelo Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) com o objetivo de incluir Belém na rota do investimento anjo.
Em dinâmica interativa, os empreendedores das áreas de biotecnologia, tecnologia ambiental e tecnologia da informação e comunicação de Belém (PA) e Manaus (AM) tiveram a oportunidade de relatar suas experiências e projetá-las para um mercado de investimento anjo, por meio do qual podem ser aportados recursos ou mentoria e representação de investidores anjo em negócios nascentes. “Este mercado envolve recursos financeiros e também mentorias e representações. Caso o empreendedor não queira aporte financeiro, pode propor apenas uma parceria de mentoria com o anjo, que, ao participar como um curador do negócio, também contribui para maior credibilidade do empreendimento no mercado”, mencionou Hashimoto.
Entre as orientações para os que buscam investimento, o ministrante atentou para a necessidade do empreendedor apresentar um breve e atraente discurso para conquistar a empatia do investidor. “A relação empreendedor-anjo é parecida com um namoro. Tem que ter a química para dar certo”, comentou Hashimoto, que também ressaltou a importância do empreendedor buscar previamente referências sobre o anjo, para saber se ele está alinhado ao seu modelo de negócio e sobre suas experiências com outros empreendedores. “Não é só o anjo que escolhe o empreendedor. O empreendedor também deve saber escolher o anjo certo”, mencionou.
Para Livia Miyagawa, engenheira de alimentos da empresa Amazon Dreams, o primeiro módulo do workshop foi um importante aprendizado para conhecer o mercado de investimento anjo e referenciais para construir um atrativo modelo de negócio. “Aprender sobre este lado gestor está sendo uma descoberta para a minha formação, pois não tive disciplina sobre empreendedorismo em minha graduação. Também vou repassar este conhecimento aos meus colegas da empresa”, declarou.
O empreendedor Edivaldo Souza, que tem projeto na área de exaustão de gases, considerou o primeiro módulo como uma oportunidade para esclarecer dúvidas sobre o mercado de investimento anjo. “Foi muito interessante poder esclarecer questões que eu tratava de maneira intuitiva no meu projeto. Esta experiência ajudará a construir melhor o meu negócio”, comentou.
Para a empreendedora Raquel Omena Melo, de uma empresa de serviços de informação de Manaus (AM), o workshop foi produtivo para a troca de experiências com os empreendedores de Belém e com o ministrante Marcos Hashimoto. “Achei ótimo a interação durante e nos intervalos do workshop, onde aproveitei também para ouvir dicas do ministrante que vão ajudar a aperfeiçoar o meu negócio”, afirmou.
Na opinião do empreendedor Cezar Alberto da Tavares, que tem um negócio na área de sustentabilidade, o conteúdo repassado no workshop é novo e promissor para sua jornada empreendedora. “Este tipo de capacitação é uma oportunidade para identificar o que precisamos focar em nosso negócio para chegar a uma fatia de mercado com possibilidades de expansão, quem são os possíveis investidores do nosso empreendimento e contribui para ganharmos segurança para arriscar mais neste mercado”, relatou.
Além de empreendedores, o workshop também reuniu gestores de órgãos públicos relacionados às áreas de empreendedorismo, inovação e atração de investimentos como a Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a Agência de Inovação da Universidade Federal do Pará (Universitec) e a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).
Estão programados mais dois módulos: um intermediário, quando será validada a estratégia de negócio, planejado o processo de aproximação e preparado um plano de negócio para a captação de recursos de investidores anjo, previsto para o mês de maio; e outro avançado, quando serão apresentadas técnicas de negociação com o investidor anjo, incluindo aspectos de valoração do negócio e legais/contratuais, previsto para o mês de junho. “A partir destas capacitações, esperamos incluir Belém entre os núcleos regionais de anjo para estimular a criação de mais negócios de base tecnológica no Pará”, comentou Antônio Abelém, diretor-presidente do PCT Guamá.
Polo – O PCT Guamá é o primeiro parque tecnológico da Amazônia em operação. Promove a interface entre centros de pesquisa e desenvolvimento e a indústria e dispõe de uma série de serviços direcionados ao fomento do empreendedorismo inovador e à aplicação de novas tecnologias e processos inovadores na região.
Tem gestão da Fundação Guamá, por meio de um convênio entre Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a UFPA e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e conta com aporte financeiro da Secti, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Também tem o apoio da Embrapa Amazônia Oriental, da Eletrobras/Eletronorte, do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (SEBRAE-PA), do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade do Estado do Pará (UEPA).