Laboratório de Biodiversidade trabalhará a preservação e valorização da Amazônia

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Renovar, reinventar, repensar e preservar a Amazônia e sua extensa biodiversidade serão as principais funções do Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (Ceabio), o primeiro da região Norte e um dos pioneiros do país. Inaugurado nesta quarta-feira (21), o laboratório faz parte do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), sediado em Belém.

A implantação do Centro vai fortalecer a infraestrutura de pesquisa relacionada ao estudo da biodiversidade, ao ampliar o espaço físico à disposição do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), reunindo grupos de pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA). Tudo isso vai permitir o desenvolvimento de um volume muito maior de estudos e melhores condições de biossegurança, além de entregar para a região amazônica um ambiente equipado e adequado à utilização não predatória do seu imenso capital natural, conferindo valor econômico à floresta em pé.

Dessa forma, o Ceabio se traduz como um novo espaço para a multiplicação do conhecimento, incluso em um ambiente de inovação, que é o PCT Guamá, o qual está no rol de ações do Programa Inova Pará, coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), tendo em vista que a finalidade desse conjunto de equipamentos de pesquisa é favorecer a geração e disseminação de inovações tecnológicas, conectando as instituições de ensino e pesquisa ao setor produtivo, no intuito de promover o desenvolvimento sustentável do estado do Pará.

De acordo com o titular da Secretaria, Alex Fiúza de Mello, o novo laboratório se somará aos outros para criar uma retaguarda laboratorial e de serviços para atender demandas que partem dos empreendedores. “Queremos gerar e certificar novos produtos de qualidade que serão levados a mercados mais exigentes, pensando na verticalização da economia e dando retaguarda científico-tecnológica para que nossa riqueza potencial na biodiversidade seja colocada a serviço da inovação para as empresas e futuramente para as pessoas”, explicou.

Todos os laboratórios que integram o PCT Guamá são aprovados pelo seu Conselho, composto por membros do governo estadual, empresários e instituições de pesquisa. Hoje, além das atividades acadêmicas, o laboratório se coloca à disposição para trabalhar com o setor empresarial, gerando essa inovação. “Temos aqui um equipamento complexo, que irá se solidificar com a presença de cientistas de mentalidade aberta e com compromisso de servir também a quem tem interesse, gerando emprego, renda, desenvolvimento e combatendo a pobreza e desigualdade em nossa região”, complementou o titular da Sectet.

O coordenador do Centro, professor Júlio César Pieczarka, detalha a estrutura do local. “É um centro de pesquisa com laboratórios, salas para alunos e docentes, um espaço aonde estudantes da graduação e profissionais da pós-graduação irão desenvolver suas pesquisas, teses e suas aplicações, testando organismos vivos, culturas celulares, realizando análise molecular, tudo para valorizar a biodiversidade da Amazônia”.

Ainda segundo ele, no Centro será possível criar novos produtos, formar profissionais e valorizar o ponto de vista econômico, gerando riqueza para o Estado. “Vamos suprir a dificuldade que existe na relação academia x empresariado, levando conhecimento de dentro da universidade para fora, além de garantir nosso intercâmbio com pesquisadores de outras universidades do país e do mundo, como por exemplo, com a Unesp, em São Paulo; Universidade de Cambridge, na Inglaterra; do Texas, nos Estados Unidos e da Argentina”, complementou o professor.

O empreendimento foi construído em uma área de dois mil metros quadrados, no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT-Guamá). A UFPA investiu cerca de R$ 856.000,00 e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantiu o repasse de R$ 3.333.270,00 do Fundo Amazônia, programa voltado à captação de recursos de doações voluntárias para o apoio não reembolsável a ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para a promoção da conservação e do uso sustentável das florestas na Amazônia.

Renovar, reinventar, repensar e preservar a Amazônia e sua extensa biodiversidade serão as principais funções do Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (Ceabio), o primeiro da região Norte e um dos pioneiros do país. Inaugurado nesta quarta-feira (21), o laboratório faz parte do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), sediado em Belém. FOTO: MÁCIO FERREIRA / AG. PARÁ DATA: 21.02.2018 BELÉM - PARÁ

Pesquisa

O Centro desenvolve suas pesquisas nas linhas: sistemática de vertebrados, ecologia de florestas tropicais e bioprospecção de espécies vegetais com potencial para fármacos; propagação de espécies lenhosas nativas da Amazônia; etnofarmácia; fitoquímica de derivados de espécies vegetais de uso medicinal; citogenética da biodiversidade amazônica; genética molecular da biodiversidade; cultura celular; mutagênese ambiental e testes com extratos vegetais com potencial para fármacos; estudo reprodutivo de biomarcadores; epidemiologia genética aplicada e metodologias de alerta para contaminação ecotoxicológica; mutagênese ambiental utilizando metodologias de avaliação molecular; mutagênese ambiental utilizando teste cometa e micronúcleos; biologia aquática (plâncton); educação ambiental e interação patógeno-hospedeiro.

À frente dos laboratórios estão nove professores pesquisadores com formação em áreas de ponta do estudo da biodiversidade. As técnicas em uso são as mais modernas, tendo sido treinados em grandes universidades europeias e americanas. Os laboratórios são voltados para a análise celular e molecular da biodiversidade amazônica. Entre os laboratórios, destaque para os de análise molecular, cultura celular, análise cromossômica, estudos ambientais e ecotoxicidade.

Além das pesquisas, o Centro irá entregar serviços mercadológicos nas áreas da saúde, fitoterápicos, cosméticos e dermocosméticos e realizar serviços tecnológicos para empresas que precisem ampliar suas pesquisas e colocar produtos de alto valor agregado no mercado nacional e internacional.

“Temos uma importância estratégica essencial que trata da biodiversidade e da sua conservação em perspectiva avançada. A instituição tem papel estratégico para o desenvolvimento do Estado e da Amazônia e esse laboratório vai servir para alavancar isso”, resumiu o vice-reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva.

Inova Pará

O Programa Inova Pará é amparado pela Lei no 8.426, de 16 de novembro de 2016, que dispõe sobre incentivos à inovação, à pesquisa científica e tecnológica e à engenharia não rotineira, além da política estadual de incentivos fiscais. O Inova Pará parte da premissa que, para romper com o modelo extrativista, presente na economia paraense, é indispensável que o Estado apoie a criação de Sistemas Regionais de Inovação (SRI) a fim de que propiciem suporte necessário à agregação de valor das cadeias produtivas estratégicas. Em sua concepção, o Programa acredita no potencial produtivo e inovador das distintas regiões do Estado.

Texto: Heloá Canali (Agência Pará com informações da Ascom/Sectet)

Fotos: Agência Pará

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