O Brasil é uma das maiores economias globais e apesar de avanços nos últimos anos em áreas chaves como o acesso à educação e saúde básica, ainda está entre os dez piores países do mundo em distribuição de renda e enfrenta desafios socioambientais complexos no atendimento à população em diversas áreas como saneamento básico, mobilidade, inclusão financeira, etc. É emergencial que se traga novos recursos – financeiros, humanos e tecnológicos – para somar às estratégias e atores vigentes na construção de uma realidade com condições e melhores oportunidades para todos.

Existe hoje uma visão de corresponsabilidade de todos na resolução dos problemas e a experiência global tem mostrado que os Negócios de Impacto representam uma oportunidade de mudar a forma de fazer negócio e resolver problemas sociais. Mas o que são negócios de Impacto?

Em sua Carta de Princípios para Negócios de Impacto no Brasil, a Força Tarefa de Finanças Sociais os define como “empreendimentos que têm a missão explícita de gerar impacto socioambiental ao mesmo tempo em que produzem resultado financeiro positivo de forma sustentável”.

Ainda segundo a Força Tarefa de Finanças Sociais, negócios de impacto devem possuir quatro princípios que os norteiem:

1 – Compromisso com a Missão Social e Ambiental – propósito de gerar impacto socioambiental positivo explícito na sua missão;

2 – Compromisso com o Impacto Social e Ambiental Monitorado – conhecem, mensuram e avaliam o seu impacto periodicamente;

3 – Compromisso com a Lógica Econômica – desenvolvem mecanismos para gerar receita própria;

4 – Compromisso com a Governança Efetiva – possuem uma governança que leva em consideração os interesses de investidores, clientes e a comunidade.

O gráfico ao abaixo ilustra as suas características fundamentais.

Com princípios e missões de impacto socioambientais tão bem definidos, por que não direcionar a energia empreendedora, criativa e comercial na gestão pública?

A gestão pública municipal tem desafios no atendimento à população e na gestão de processos internos. Há modelos de negócio que podem ser contratados para apoiar a resolução dessas questões. Abaixo há alguns Negócios de Impacto com atuação nos desafios já mencionados.

Fonte: Força Tarefa de Finanças Sociais (FTFS) 2017

O quadro a seguir mostra algumas parcerias testadas e que estão dando certo.

Fonte: Força Tarefa de Finanças Sociais (FTFS) 2017

Não há uma legislação ou certificação que identifique os Negócios de Impacto, mas a gestão pública pode reconhecê-los como soluções inovadoras e comprometidas com resultados efetivos para a resolução de problemas sociais e ambientais.

É esperado que os gestores municipais sejam conhecedores da realidade onde atuam, potencializem uma rede de parceiros que possa ajudá-los a qualificar o entendimento dos desafios e fomentar soluções inovadoras.

É importante que os gestores municipais e os empreendedores passem a contratar, para além da entrega de produtos e serviços, melhorias efetivas na qualidade de vida da população. Faz-se necessário que se avancem as discussões e os formatos jurídicos que permitam incluir variáveis de pagamento por performance nos contratos públicos.

Para os interessados em saber mais sobre negócios de Impacto como solução inovadora, efetiva e complementar às políticas públicas, vale consultar o guia para gestores municipais do FTFS.

Se você tem curiosidade em saber mais sobre  negócios de impacto no Brasil,  a Pipe.Social, com o apoio de mais de 40 parceiros, lançaram o 1º Mapeamento Brasileiro de Negócios de Impacto Socioambiental. Além do retrato geral, o relatório traz um olhar analítico dos dados, com reflexões sobre o setor.

Texto e imagens: Força Tarefa Finanças – Gestores Municipais compram soluções de negócios de impacto( 2017).