Os participantes da primeira turma do curso Criação de Negócios, baseado na metodologia Bota Pra Fazer, do Instituto Endeavor e Fundação Kauffman, aplicada pelo Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), em Belém (PA), apresentaram seus planos de negócios na última sexta-feira, concluindo uma experiência relevante para nortear os próximos caminhos no desenvolvimento das empresas já criadas e daquelas que ainda serão formalizadas.

Em dois meses de curso, os autores de projetos e ideias inovadoras nas áreas de biotecnologia, tecnologia ambiental (construção civil verde), tecnologia da informação e comunicação, games, consultoria de inovação e negócios participaram de uma imersão na metodologia do Bota Pra Fazer, a qual contribuiu para os participantes reverem as ações desenvolvidas até então em prol de seus respectivos projetos e lançou desafios mais estruturantes para a formatação dos negócios.  “A turma se envolveu bastante na metodologia e conseguiu atender minhas expectativas na materialização de seus planos de negócios. O desafio, agora, é concretizar este planejamento sem perder o entusiasmo mesmo diante de eventuais situações adversas”, comentou Márcia Campelo, ministrante do curso Criação de Negócios.

Experiências – Para Marcelo Sá, proprietário da Jambu Tecnologia, o curso contribuiu para a definição do conceito de gestão de sua empresa. “Estou há algum tempo no mercado e, a cada ano, faço um planejamento. O plano de negócios construído neste curso ajudou a consolidar a identidade da minha empresa na área de gestão da informação e conhecimento digital”, declarou. 
O exercício da pesquisa de mercado, apresentado ao longo curso, ofereceu uma nova perspectiva para o empresário Carlos Portela desenvolver, junto a seus outros quatro sócios, o negócio da Improve 5: consultoria e melhoria de processo de software. “Quando entramos no mercado, acreditávamos que o cliente estaria diretamente interessado em nosso produto. Foi interessante perceber, ao longo do curso, que precisávamos aplicar a pesquisa de mercado para saber o que o cliente precisa e buscar atender a necessidade dele e não o inverso. Outro aprendizado foi o planejamento, necessário para saber por que entramos neste negócio e para concretizar nosso sonho”, comentou.

Pesquisador e futuro empreendedor da área de biotecnologia, Carlos Magno Bahia, da Amazon Biotech, teve a oportunidade de identificar fontes de financiamento e potenciais investidores para seu negócio na área de produtos biomédicos e considera o plano de negócios decisivo para conduzi-lo neste mercado. “O plano traz o horizonte e as necessidades de adequações, garantindo vida longa ao negócio”, assinalou.

O diretor-administrativo financeiro do PCT Guamá, Márcio Roberto do Carmo Pereira, parabenizou a turma pelo empenho e sinalizou boas oportunidades para o desenvolvimento dos empreendimentos .“Saiu em julho e segue, até o próximo dia 4 de setembro, a chamada para o edital de incubação de empresas junto ao Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica da Agência de Inovação da Universidade Federal do Pará (PIEBT/Universitec/UFPA), que tem parceria do PCT Guamá. Buscamos ideias que gerem negócios inovadores para serem atendidas pelo processo de incubação de empresas, assim como projetos de tecnologia e inovação empresarial, para serem instalados futuramente no Espaço de Inovação do PCT Guamá, que terá vários módulos para startups e deve estar pronto até o início de 2013, quando lançaremos edital”, declarou. 

Metodologia – A metodologia Bota pra Fazer foi desenvolvida pela Endeavor e a Fundação Kauffman, internacionalmente reconhecidas na promoção de empreendedorismo. O curso Criação de Negócios, baseado na metodologia deste programa, faz parte dos serviços tecnológicos e de apoio a empreendimentos inovadores, desenvolvidos pelo PCT Guamá, visando contribuir para o aprimoramento dos empreendedores locais que têm interesse em implantar negócios de base tecnológica. “Em setembro, vamos começar uma nova turma. As inscrições começam nesta segunda semana de agosto”, adianta o diretor-administrativo financeiro do PCT Guamá.

Inovação – O PCT Guamá tem gestão da Fundação Guamá e é um dos três parques tecnológicos do Pará baseado na economia orientada à inovação. É resultado de uma parceria entre a UFPA, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e com aporte financeiro da Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Também apóiam este empreendimento a Embrapa Amazônia Oriental, a Eletrobras/Eletronorte, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae-PA), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e o Museu Paraense Emílio Goeldi.

Texto: Solange Campos