Fomento à inovação e parceria europeia são destaques no Amazônia Tech em Belém

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Foto: Alexandre Chagas – Fundação Guamá

Somar conhecimentos sobre a inovação sustentável na Amazônia a partir de parques tecnológicos, o anúncio da instalação de um polo de inovação da Eletrobras e a assinatura de um Memorando de Entendimento foram os destaques do Amazônia Tech – Conferência Panamazônica de Ciência e Tecnologia, nesta quinta-feira (28). O evento, que começou nesta terça-feira (26) e se estende até esta sexta-feira (29) no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, reúne especialistas de todo o Brasil e Peru.

Palestras, painéis, rodas de conversa, rodadas de negócios, pitches (apresentações rápidas de ideias), exposição de empresas e atrações culturais fazem parte da programação.

Rodrigo Quites Reis, diretor-presidente da Fundação Guamá, organização gestora do complexo, destacou os avanços e desafios que os ambientes de inovação na Amazônia possuem. “Inovar na Amazônia possui uma série de obstáculos que são enfrentados com colaboração. O PCT Guamá possui um ecossistema ativo e em expansão. Como novidades nesta edição do evento, temos a inauguração de um polo de inovação da Eletrobrás, que é um parceiro histórico do Parque e será responsável pelas ações de inovação na região norte do país, e uma nova parceria internacional celebrada com o Porto Digital de Aveiro que reforçará essa veia cooperativa e inovadora que incentivamos”.

Marcel Botelho, diretor-presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) reforçou o compromisso do Governo do Estado com o fomento da inovação científica na Amazônia. “Promover soluções inovadoras que melhoram a qualidade de vida da população é um compromisso do Governo do Estado. O Pará é um polo que demonstra com políticas públicas o equilíbrio da preservação ambiental e o avanço tecnológico. O PCT Guamá se destaca como uma referência para projetos semelhantes na região”

Foto: Alexandre Chagas – Fundação Guamá

O Amazônia Tech conta com o patrocínio do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Mútua, Eletrobrás e Startup Pará; Apoio institucional da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Porto Digital, Parque Tecnológico da UFRJ, Parque Tecnológico de Viçosa (TecnoPARQ), Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT) e Instituto de Tecnologia da UFPA (ITEC).

Parques tecnológicos e desenvolvimento

Parques tecnológicos são complexos planejados de crescimento empresarial que estimulam a cultura de inovação, da competitividade industrial, da capacitação profissional e da promoção de parcerias entre academia e mercado. Um levantamento do MCTI aponta que o número de parques tecnológicos em operação no país cresceu de 20 para 59, nos últimos 10 anos. O PCT Guamá é o único em plena operação na região Norte inteira. Minas Gerais, por exemplo, possui seis.

Foto: Alexandre Chagas – Fundação Guamá

Carlos Matos, coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destaca a importância de fortalecer a cultura de empreendedorismo e inovação para consolidar o ecossistema necessário ao desenvolvimento de parques tecnológicos. “Mais do que criar estruturas físicas, é essencial mobilizar os atores do ecossistema para transformar ideias em projetos viáveis, captar recursos e promover uma cultura de empreendedorismo e inovação integrada e sustentável na região.” Sugere ações como criar redes colaborativas, estabelecer ambientes de inovação menos complexos nos municípios-polo e levar iniciativas para escolas, associações comerciais e escolas técnicas, centralizar a divulgação de oportunidades de financiamento e realizar oficinas para a elaboração de projetos, ajudando regiões menos desenvolvidas a superar dificuldades. 

Taciana Coutinho, coordenadora do projeto do Parque Tecnológico do Alto Solimões (PaCTAS), que está em desenvolvimento em Tabatinga, Amazonas, destaca que a região escolhida para o segundo parque da região Norte é estratégica. Segundo ela, o PaCTAS será transnacional e interinstitucional, situado na região de tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, em uma área com alta taxa de conservação ambiental. “Nós temos como vocação o pilar da bioeconomia na produção de alimentos. A região possui grandes lagos e um potencial na questão de frutos e produtos nativos, e também o ecoturismo de base sustentável, muito procurado pelo mercado colombiano”, afirma.

Segundo a coordenadora, um dos desafios é o trabalho com a tecnologia em uma região onde não há conectividade. “Estamos impulsionando ações e registrando o que temos na região. Nesse contexto, o PCT Guamá nos auxilia para construirmos um modelo de governança ideal para o nosso parque, visando a integração, para que os três países trabalhem em conjunto”, finaliza.

O trabalho colaborativo é destacado pela Hero Startup, aceleradora de empresas peruana que participa do Amazônia Tech com uma comitiva e é um exemplo de conexão internacional do PCT Guamá. Arturo Coral, CEO da empresa, conta que são mais de 95 mil estudantes e docentes capacitados pela aceleradora. “Temos aliados internacionais em 12 países. Em alguns deles, nós fazemos imersões, visitamos, vemos a forma como eles estão fazendo inovação e a partir disso nós analisamos de que forma é possível fazer parcerias e aprender para aplicar em países como Peru e outros”, explica Arturo. 

Cooperação internacional 

O acordo firmado entre o Núcleo de Gestão do Porto Digital Europa (NGPD), em Portugal, a Associação de Desenvolvimento Criativo (APDE), e o PCT Guamá neste Amazônia Tech estabelece uma parceria estratégica para fomentar a inovação e o empreendedorismo.

Foto: Alexandre Chagas – Fundação Guamá

O acordo prevê ações como intercâmbio de empresas entre os ecossistemas gerenciados pelas partes, suporte à instalação de negócios em ambas as regiões, participação de startups em programas conjuntos e iniciativas para inserção de empresas em mercados globais.

O acordo é de caráter não exclusivo, com validade inicial de cinco anos, podendo ser renovado mediante avaliação. As despesas das atividades serão responsabilidade de cada parte, que também se comprometeram a cumprir integralmente as legislações de proteção de dados aplicáveis, como a LGPD e o GDPR.

Polo Innovation Grid

O Innovation Grid, polo que será instalado no PCT Guamá, é uma plataforma criada pela Eletrobras para promover a conexão, engajamento e relacionamento com agentes do ecossistema de inovação. Seu objetivo é fomentar soluções inovadoras, especialmente no contexto da transição energética, através de iniciativas de inovação aberta, projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI), parcerias tecnológicas e transferência de tecnologia. A plataforma busca atrair talentos, gerar novos modelos de negócios sustentáveis e atender às necessidades estratégicas da empresa, contribuindo para a sociedade e o meio ambiente ao conectar a Eletrobras a universidades, startups, institutos de pesquisa e outros parceiros nacionais e internacionais.

Referência em inovação na Amazônia

O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e gestão da Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.

Localizado às margens do rio que dá nome ao complexo, o PCT Guamá está situado entre os campi das duas universidades e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.

O complexo conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 40 associados (vinculadas ao parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do Estado.

Membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (Iasp), o PCT Guamá faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

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