Tecnologia para incrementar produtividade do Açaí é desenvolvida no PCT Guamá

Tecnologia para incrementar produtividade do Açaí é desenvolvida no PCT Guamá

 

Na foto, o pesquisador Aldebaro Klautau apresenta a estrutura do Laboratório de Sensores e Sistemas

Embarcados ao diretor de C&T da Sectet

 

Com peixe, farinha d´água, charque, camarão ou açúcar, o açaí (Euterpe oleracea) é um item fundamental na mesa e na cultura dos paraenses. Rico em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, o açaí ficou reconhecido mundialmente e, nos últimos anos, a demanda pelo fruto no mercado interno e externo tem aumentado exponencialmente. Para acompanhar o crescimento do consumo, teve-se que pensar em novas formas de oferta do produto. A partir daí, a palmeira do açaí, que antes era encontrada naturalmente em áreas alagadas como igapós ou várzea, passou também a ser cultivada em terra firme.

Garantir o aumento e a padronização desta produção no Pará tem sido o desafio da pesquisa agropecuária nos últimos anos. Pensando nisto, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem idealizado diferentes projetos para acompanhar o desenvolvimento do açaí. Nesta última sexta-feira, 17, a Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com o Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados da Universidade Federal do Pará (LASSE/UFPA), apresentou, no auditório do prédio Espaço Inovação do PCT Guamá, o Amazon Hidroview, projeto que tem a finalidade de fornecer tecnologia que viabilize pesquisas e monitoramento contínuo para garantir a produtuvidade máxima e o cultivo sustentável do Açaizeiro.  Na ocasião, estiveram presentes representantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet) do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá.

O projeto está fundamentado nos conceitos de Agricultura de Precisão (AP), uma forma de gerenciamento agrícola que tem por objetivo otimizar os resultado ao mesmo tempo em que se preservam os recursos disponíveis. No caso específico das variedades de espécies do Açaizeiro, para maximizar a produção é fundamental, por exemplo, que se conheça o perfil hídrico das diferentes espécies para adequar racionalmente o consumo de água nas plantações.

É neste ponto que o Amazon Hridoview, que ainda está em fase de projeto, irá atuar. A iniciativa consistirá em uma rede de sensores sem fio nas plantações, conectados a sistemas de informação acessíveis remotamente em estações de trabalho de pesquisa, e também em dispositivos móveis como tablets e celulares.

As informações captadas das plantações, tais como as condições hídricas e condições de desenvolvimentos dos vegetais, poderão ser acessadas e avaliadas remotamente tanto por pesquisadores quanto por produtores. Com isso, os pesquisadores terão mais conhecimentos para aperfeiçoar variedades de espécies do Açaizeiro a solos e condições específicos de uma região; e os produtores terão informações de suporte em tempo real para tomar decisões que ajudem a viabilizar a produtividade máxima em suas plantações.

“O Amazon Hidroview é uma visão de como a Internet das Coisas (IoT) pode ser aplicada para a agricultura de alta precisão. Trata-se de um componente de engenharia de um projeto maior proposto pela Embrapa. Através dele, pode-se fazer o monitoramento contínuo das necessidades de irrigação do açaizeiro em terra firme, racionalizar o consumo de água e atenuar os efeitos da entressafra. Trata-se de uma solução customizável pensada especificamente para os desafios locais”, ressalta o pesquisador Aldebaro Klautau, do Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados (LASSE).

Nos últimos três meses, pesquisadores do Laboratório de Instrumentação para Produtos Agroindustriais (Angorind), da Embrapa, e do Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados (LASSE), da UFPA, ambos instalados no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, têm trabalhado em parceria no desenvolvimento do projeto. “Investir na cadeia do Açaí é essencial para garantir a qualidade do que é produzido aqui. O projeto é o primeiro fruto da interação de um dos laboratórios da Embrapa com outras iniciativas instaladas no PCT Guamá, que surgiu justamente para dinamizar a relação entre academia e mercado”, afirma Cláudio Carvalho, pesquisador da Embrapa.

Para o diretor de Ciência e Tecnologia da Sectet, Sérgio Alves, aliar conhecimento científico em prol do desenvolvimento de novos processos é uma das alternativas para diverficar a matriz de desenvolvimento do Estado. “A Secretaria tem o papel de incentivar a formação de redes de pesquisas que potencializem os recursos públicos e as expertises de cada instituição. Estamos estudando a possibilidade de lançarmos, em um futuro próximo, editais voltados para o fortalecimento das diferentes cadeias produtivas no Estado. Estou muito satisfeito com a estrutura e as possibilidades oferecidas pelos laboratórios instalados aqui”, afirmou o diretor.

Parque de Ciência e Tecnologia GuamáConstruído em Belém, em uma área de 73 ha cedida pela UFPA e pela UFRA, o PCT Guamá é o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na Amazônia.  A construção e consolidação do espaço são de responsabilidade do Governo do Pará, por meio da Sectet. O PCT Guamá abriga iniciativas como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); o Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon); o Laboratório de Alta Tensão; o Laboratório da Qualidade do Leite; e o Espaço Inovação, prédio que reúne laboratórios de ponta e empresas de base tecnológica.

Texto: Juliane Frazão (Ascom PCT Guamá)

 

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