Com investimento do Governo, laboratório pode transformar frutos da Amazônia

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Foto: Bruno Cecim / Secom

Transformar os frutos da Amazônia em produtos que possam ser aplicados para beneficiar a sociedade, assim como podem ser utilizados nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética é o principal foco do Laboratório de Tecnologia Supercrítica (LABTECS), que faz parte do Espaço Inovação do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, iniciativa do Governo do Estado. O laboratório atua no desenvolvimento de produtos paraenses com alto valor agregado, que valoriza a biodiversidade amazônica, utilizando uma tecnologia limpa e inovadora.

O coordenador do Laboratório, Raul Carvalho, explica que a tecnologia supercrítica utiliza dióxido de carbono para fazer a extração de óleo vegetal de produtos naturais em alto grau de pureza. “O grande papel dessa tecnologia na Amazônia seria verticalizar todas as matérias-primas de origem vegetal que temos, e a partir disso, desenvolver produtos, mostrando que é possível conservar a floresta em pé usando a tecnologia. O papel do Estado é muito importante pra nós porque tem se empenhado para nos incentivar, inclusive, financeiramente e com equipamentos, para seguirmos com a pesquisa. Sem o investimento nessa pesquisa não conseguiríamos avançar”, ressalta.

Edilza Fontes, titular da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), reforça que o Estado nunca investiu tanto em tecnologia e relembra a Lei Complementar n° 133, que, desde 2020, destina pelo menos 20% dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) ao Estado para aplicação em atividades relativas ao desenvolvimento científico e tecnológico. Em outubro, é celebrado o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações.

O LABTECS, que nasceu a partir do grupo de pesquisa GTEC-Amazônia, na Universidade Federal do Pará (UFPA), utiliza metodologias com bases científicas para pesquisar, desenvolver, aplicar e avaliar a qualidade e o alto potencial dos produtos obtidos destinados à indústria, com o intuito de atender às necessidades do mercado através da tecnologia e inovação.  O início da montagem do Laboratório começou em 2019, mas em 2021 iniciou o funcionamento.

Foto: Bruno Cecim / Secom

A doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Flávia Pires, é gerente operacional do Laboratório e tem como foco do seu estudo o muruci, a partir das propriedades bioativas e tecnologias supercríticas.

“Fiz a união das duas vertentes e consegui verticalizar o muruci, criando vários produtos que podem ser consumidos, com um diferencial que é a tecnologia verde, que não degrada o meio-ambiente – 100% puros e isentos de quaisquer resíduos tóxicos – e têm alto valor agregado no mercado. Temos óleo, extrato, polpa desengordurada, pó. Preservamos os componentes, que não causam efeitos colaterais e são concentrados nos seus bioativos”, explica.

A pesquisadora conta que o principal ativo do muruci é a luteína, que é um composto amplamente utilizado na indústria farmacêutica porque tem propriedades que regeneram a retina. “Conseguimos concentrar essa luteína nos produtos, que podem ser utilizados também como suplemento alimentar. Precisamos muito de investimento em nossa área. Não somos só produtores de insumos, temos muita tecnologia aqui no Pará que precisa ser valorizada”, diz.

Foto: Bruno Cecim / Secom

Por Giovanna Abreu (SECOM) via Agência Pará

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