PCT Guamá incentiva ecossistema local de inovação no Pará

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Instituição conta com cerca de 50 empresas e laboratórios instalados

Um espaço com serviços empresariais e fácil acesso a pesquisadores: é dessa forma que Ingrid Teles, fundadora da Ver-o-Fruto, startup da área de bioeconomia que reaproveita caroços de açaí para a criação de novos produtos, define o Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá.

A história da empreendedora com o PCT Guamá começou em 2017, quando a Ver-o-Fruto se instalou no espaço compartilhado de trabalho do parque. Além do espaço físico, a empreendedora teve acesso a uma trilha de capacitação oferecida por iniciativas parceiras do parque.

“O PCT Guamá foi a transição da minha vida, quando dei o passo de pesquisadora para empreendedora. A conexão com pesquisadores do Laboratório de Óleos da Amazônia me permite insights muito bons sobre os meus produtos”, conta.

Em 2018, a startup saiu do coworking, mas manteve sua relação formal com o parque, na condição de empresa associada, quando o empreendimento está instalado fora do espaço físico do PCT Guamá. “Nesse período a Ver-o-Fruto teve acesso a mentorias em áreas como propriedade intelectual, contabilidade e captação de recursos, trilha montada com o objetivo de continuar apoiando o crescimento da startup”, conta Milksom Campelo, coordenador da área técnica da Fundação Guamá, organização responsável pela gestão do parque.

Segundo a empreendedora, o acesso aos serviços especializados ajudou no amadurecimento do negócio e na consequente aprovação em programas de fomento ao empreendedorismo, como o StartUP Pará. “Com o programa eu consegui um direcionamento que me ajudou a manter o foco em apenas um produto e entender todas as etapas relacionadas a ele — desde a parte burocrática até a comercialização”, afirma a empreendedora que também teve proposta aprovada no Inova Amazônia e no BNDES Garagem, onde ficou entre as 20 selecionadas dentre as mais de 1.600 iniciativas inscritas.

No páreo para receber investimento do Governo do Estado através do StartUP Pará, Ingrid ensaia uma volta ao ambiente físico do PCT Guamá, desta vez ocupando uma sala própria. “O espaço da Ver-o-Fruto dentro do PCT Guamá será a área estratégica da startup e também um pequeno laboratório para a parte de pesquisa e desenvolvimento, além de funcionar como centro de distribuição dos produtos”, informa Ingrid.

A trajetória da Ver-o-Fruto sintetiza o propósito do PCT Guamá, ambiente criado com o objetivo de promover a integração entre governo, institutos de pesquisa e iniciativa privada.

Nesta terça (28), o parque científico e tecnológico completa 11 anos de inauguração, com 51 empresas e laboratórios de pesquisa instalados em sua área, além de 27 empresas associadas.

Segundo estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sobre Parques Tecnológicos do Brasil (2021), os PCTs atuam como instrumento de política pública de tecnologia e inovação para o desenvolvimento regional. Em média, apenas 20% dos parques do país têm mais de 14 anos de operação. De maneira geral, os parques tecnológicos do Brasil ainda são jovens e pequenos.
“Internacionalmente se reconhece que um parque de ciência e tecnologia alcança sua capacidade plena e se torna auto-sustentável a partir de 20 anos de operação. Então, estamos ainda na metade desta caminhada”, aponta Rodrigo Quites, diretor presidente da Fundação Guamá.

O PCT Guamá surgiu a partir de uma política implantada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com o objetivo de promover uma economia pautada no conhecimento. “A experiência do parque é pioneira na Amazônia. Ele surgiu como um projeto importante para o desenvolvimento do estado, a partir de uma ideia reconhecida e já experimentada em outros lugares”, assegura Carlos Maneschy, titular da Sectet.

O PCT Guamá integra as ferramentas da secretaria para a promoção do ecossistema local de inovação. Além do parque científico e tecnológico instalado em Belém, a Sectet apoia a implantação de um parque tecnológico em Tucuruí, o Tecnolago.

A secretaria também gerencia recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) destinada ao estado, que resulta em amplos programas de apoio ao empreendedorismo, como o StartUP Pará, que proporciona capacitação técnica e incentivo financeiro a negócios inovadores.

Segundo o gestor da Fundação Guamá, o principal desafio do PCT Guamá está no fortalecimento de sua rede de laboratórios e na ampliação dos serviços. “Penso que os nossos principais desafios estão relacionados com a necessidade da consolidação dos laboratórios residentes em unidades de negócio e a expansão da oferta dos nossos serviços para as demais localidades do Pará e da região amazônica”, sugere Quites.

Início

A ideia de um PCT na Amazônia surgiu no começo dos anos 2000, a partir de um grupo acadêmico multidisciplinar da Universidade Federal do Pará (UFPA). O projeto foi endossado pelo Governo do Estado, que investiu recursos, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para a implantação do parque científico e tecnológico.

O PCT Guamá é mantido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), a partir de um contrato de gestão com a Fundação Guamá. O empreendimento conta com a parceria das universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal Rural da Amazônia (Ufra) que, além da cessão de parte de seus terrenos para a implantação do espaço, mantém uma ampla agenda de cooperação técnica científica com o espaço.

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