Grupo de Trabalho de Manejo do açaí discute estratégias de P&D no âmbito do Programa Pará 2030

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Produto tradicional e um dos principais da mesa do paraense, o açaí é majoritariamente produzido no Estado do Pará. Com o objetivo de discutir a produção e outras etapas da cadeia do fruto no Pará, o Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá recebeu nessa segunda-feira (02), no auditório do Espaço Inovação, secretários de Estado, representantes do PCT e produtores locais.
Uma das questões discutidas no evento tratou da participação do fruto no Programa Pará 2030. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia- SEDEME, já colocou o açaí como um dos principais produtos do programa, contemplando ações de desenvolvimento, bem como de verticalização, a partir de 14 cadeias de produção.
Sobre o Programa Pará 2030, o titular da Sedeme, Adnan Demachki, falou a respeito das expectativas da cadeia do açaí para os próximos anos. “Esse fruto traz muitos benefícios para o Estado. Entre os pontos positivos, pode-se considerar o beneficiamento da agricultura familiar. Além disso, na atualidade, o Pará produz mais de um milhão de toneladas desse fruto. Com a política implementada para essa cadeia, a expectativa é que, até 2030, a produção do açaí aumente em 50%”, destacou o secretário.
O professor e pesquisador Hervé Rogez, do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), instalado no parque, falou sobre as características principais tipos de açaí e frisou alguns pontos: “O açaí varia consideravelmente na sua composição, por conta da quantidade de água envolvida. Sobre os açúcares, é sempre importante lembrar que, no fruto, essa substância é muito baixa. Outro ponto é a importância da pasteurização para a destruição do trypanosoma cruzi”, destacou Hervé Rogez.
O açaí também carrega muitas lendas. Uma delas é a de que o fruto pode viciar os seus consumidores. “Sobre isso, até o momento, não há evidências que possibilitem afirmações. O açaí é diverso. Há, por exemplo, o de várzea e o de terra firme. O que pode ser dito é que há tipos de açaí que talvez viciem e outros não. De qualquer forma, ainda não há nada que comprove isso”, disse Hervé Rogez.
O debate também contou com a participação de produtores locais, entre eles Odemar Coutinho Filho, que possui uma plantação de açaí em Benfica, no Pará. Para o produtor, hoje, a produção no Estado é insuficiente. Além disso, ele enxerga o produto sob duas perspectivas. “De fato, na atualidade, o açaí apresenta uma produção insuficiente no Pará, porém a expectativa é que, daqui a cinco anos, essa produção aumente. Até porque, o processo de plantio é longo. Para os produtores, os preços estão bons. Estou vendendo uma lata a R$ 60,00 e tenho um bom retorno. Agora, para o consumidor, penso que o valor está alto”, considera Odemar Filho.

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