Expansão de parques tecnológicos, mercado e sustentabilidade são destaques do primeiro dia do Amazônia Tech

Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará

Somar conhecimentos sobre a inovação sustentável na Amazônia a partir de parques tecnológicos. Este é o objetivo do “Amazônia Tech: Parques tecnológicos e inovação Sustentável na Amazônia”, evento que começou nesta quinta-feira (30) e se estende até esta sexta-feira (1°) no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá. A programação inclui palestras locais e nacionais, painéis, rodas de conversa, rodadas de negócios, exposição de empresas e atração cultural.

O evento é decorrente do Acordo de Cooperação celebrado em maio deste ano entre o PCT Guamá, o TecnoPARQ, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT), em São Paulo, para promover o desenvolvimento dos ecossistemas.

“Estamos discutindo a expansão do modelo de parques tecnológicos em outros locais da Amazônia brasileira, como nos projetos que estamos acompanhando no Amapá, Amazonas e Pará, que aumentarão as oportunidades que a academia e o mercado possuem quando trabalham em sinergia. A população se beneficia dessa união em várias áreas com produtos e serviços atestados pelo rigor da qualidade científica. Parques tecnológicos são agentes de progresso”, comenta Rodrigo Quites Reis, diretor-presidente da Fundação Guamá, organização social gestora do PCT Guamá.

Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

Edvanildo Camarão, técnico de Gestão em Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), destaca a atuação do Governo do Pará para a promoção de ambientes de inovação no Estado. “O Pará tem um imenso potencial, gera empregos na nossa região e melhora a qualidade de vida com investimentos em ciência e tecnologia que alcançam a população, preservando o meio ambiente. A Sectet atua com parceiros para alcançar resultados positivos, como a Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) no fomento à pesquisa e empreendedorismo. O PCT e seus desenvolvimentos são um exemplo para a Amazônia”.

O Amazônia Tech é uma realização do PCT Guamá e Sectet com iniciativa da Fundação Guamá, conta com patrocínio da Mútua e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), e apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI), Parque Tecnológico de Viçosa (TecnoPARQ), Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT), Parque Tecnológico de Tucuruí (Tecnolago), Parque Tecnológico do Alto Solimões (PaCTAS), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), Startup Pará e Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).

Parques Tecnológicos e desenvolvimento

O parque tecnológico é um complexo planejado de crescimento empresarial que estimula a cultura de inovação, da competitividade industrial, da capacitação profissional e da promoção de parcerias entre academia e mercado.

Um levantamento do MCTI aponta que o número de parques tecnológicos em operação no país cresceu de 20 para 55, nos últimos 10 anos. A maioria destes complexos está localizada na região Sul, com 28 parques; o sudeste com 19; o Nordeste com sete; o Centro Oeste com três; e Norte somente com o PCT Guamá.

Os parques brasileiros são recentes, possuem menos de 20 anos de funcionamento e empregam mais de 40 mil pessoas com um faturamento estimado de R$ 3,7 bilhões por ano.

Foto: Pedro Guerreiro / Agência Pará

“Empresas que fazem o uso intensivo de tecnologia e conhecimento são fundamentais, principalmente do ponto de vista da sustentabilidade, do tripé ambiente, economia e sociedade. Inovação é processo, produto e serviço efetivo no mercado. Os parques tecnológicos são os ambientes que conectam esses empreendimentos inovadores com as políticas públicas de fomento do desenvolvimento, gerando na ponta a melhora da qualidade de vida da população”, explica Adriana Faria, diretora-executiva do TecnoPARQ e presidente eleita da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

Amaury Acatauassu, head de negócios do PIT, reforça o discurso de Faria. “Um parque tecnológico, o ambiente físico, funciona como um hardware. As pessoas que estão nele são o software. Ou seja, é preciso aliar uma infraestrutura adequada a pessoas qualificadas para que os resultados sejam construídos pelos empreendimentos. É esse elo da estrutura com a competência, da academia, mercado e governo, que promove o avanço que a sociedade demanda”.

Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

Taciana Coutinho, coordenadora do Parque Tecnológico do Alto Solimões (PaCTAS), que está em desenvolvimento em Tabatinga, Amazonas, destaca que os parques são um diferencial para o desenvolvimento regional. “Profissionais que se formam na região optam por permanecer nela e contribuir para o seu desenvolvimento quando possuem estruturas adequadas para atuar, inovar e empreender. Estamos em uma extremidade da Amazônia, e saber como desenvolver lá um modelo compatível como o daqui é importante para a nossa região, já que poderíamos trabalhar em parceria com nossas potencialidades. Há uma expansão em curso e o PCT Guamá é um modelo”.

Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

Sheila Pires, diretora do Departamento de Apoio a Ecossistemas de Inovação do MCTI, comenta como o modelo de parques contribui para a região. “Precisamos ampliar o número de parques na Amazônia, pois são plataformas importantes que aliam pesquisa com prestação de serviços e desenvolvimento de produtos que alcançam a população. A conexão da academia com o mercado e governo gera inovação, cria empregos qualificados e impulsiona a economia de maneira ampla. O PCT é pioneiro na Amazônia e uma referência de uma expansão certa do modelo no Norte”.

Espaço Sustentável

No evento foi assinado pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, o Termo de Compromisso para a construção do Espaço Sustentável do PCT Guamá, um centro de capacitação e eventos que visa fortalecer a colaboração entre empreendimentos inovadores e sustentáveis, além de coordenar a pesquisa aplicada, prestação de serviços e transferência de tecnologia para impulsionar o desenvolvimento de produtos.

Foto: Sérgio Moraes / Fundação Guamá

“A Finep é uma aliada dos ambientes de inovação. Fomenta ambientes para produzirem com qualidade em benefício do país, sobretudo com ideias sustentáveis. O Espaço Sustentável, no PCT Guamá, é um exemplo. Será uma ferramenta que vai gerar resultados, assim como outros que o parque já demonstra com seu potencial em pesquisas e serviços”, comenta Pansera.

O Governo Federal, através da Finep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), anunciou, em agosto deste ano, a liberação de R$ 11 milhões para a construção deste novo prédio. O recurso deve ser liberado até o final de 2023.

Programação

1.º de dezembro

  • 9h: Palestra 2: Tecnologia e Inovação para Bionegócios.
    Palestrante: Prof. Dr. Camilo Amaro (Coodenador do Laboratório de Bioquímica – UFV).
  • 10h: Palestra 3: Oportunidades e desafios da bioeconomia na Amazônia.
    Palestrante: Prof. Dr. Luis Adriano Nascimento (Vice-coordenador – LOA/UFPA).
  • 10h50: Apresentação do Edital GovTech – Startup Pará.
  • 11h: Roda de conversa: Iniciativas de bioeconomia, inovação e desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Convidados: Sectet, Semas, Fapespa, Sebrae, Finep e Serpro.

  • 12h – 13h: Intervalo para almoço.
  • 13h30 – 17h: Rodada de Negócios.
  • 17h30: Coffee Break e atração cultural.

Referência em inovação

O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e gestão da Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.

Situado em uma área de 72 hectares entre os campi das duas universidades, o PCT Guamá conta com mais de 40 empresas residentes (instaladas fisicamente no parque), mais de 60 associados (vinculadas ao parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher, além de atuar como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, oeste do Estado.

Membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), e da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (Iasp), o PCT Guamá faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

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