Com o objetivo de estimular a pesquisa aplicada, o empreendedorismo inovador e o uso da tecnologia para desenvolver produtos e serviços, o Governo do Estado fortalece os investimentos, sobretudo, em infraestrutura, no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá), em Belém, que é o primeiro parque a entrar em operação na Amazônia. Em outubro, é celebrado o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações.
“O Estado nunca investiu tanto em tecnologia. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet) desenvolve vários projetos que pensam no futuro, por meio do PCT Guamá. Além da infraestrutura, financiamos vários projetos, bolsas de mestrado e doutorado para pesquisadores, assim como investimos no ‘Forma Pará’, que busca reduzir o déficit da educação superior no estado. Já temos um curso de graduação em cada município paraense”, destaca Edilza Fontes, titular da Sectet.
Desde 2020, de acordo com a Lei Complementar n° 133, pelo menos 20% dos recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) são destinados ao Estado para aplicação em atividades relativas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Tecnologia e Educação
A Inteceleri, que é uma das empresas do Espaço de Inovação do PCT Guamá, é voltada para a criação de projetos, soluções e ferramentas que visam a melhoria da qualidade da educação, em especial do Ensino Básico. A ideia, segundo o CEO da empresa, Walter Júnior, é converter ciência em produtos educacionais. A Inteceleri é reconhecida pelo Google como Google Partner for Education e participou dos editais StartUP Pará e EduTech Sectet.
O projeto Matematicando, que é uma ferramenta de aceleração da matemática básica, foi o pioneiro da empresa. A proposta nasceu de um pai para uma filha e já alcança 450 mil alunos.
“Minha filha tinha medo da matemática quando criança e isso me preocupou, porque eu queria que ela a entendesse, e não a temesse. Criei uma tabuada diferenciada, batizada como cromopedagogia, perguntas e respostas com a mesma cor, uma das técnicas que acelera o aprendizado das 4 operações básicas. Trouxe a ideia para a Universidade Federal do Pará e criamos o aplicativo”, conta Dilmar Cunha, diretor de criação da empresa e criador do projeto Matematicando, que está em mais de 15 municípios paraenses e em outros estados, como Ceará, Maranhão, São Paulo, Amapá, entre outros.
O CEO da empresa destaca também os projetos Geometa e o MiritiBoard, que utilizam a realidade virtual para auxiliar no aprendizado. Walter Júnior conta que foi criado um aplicativo para explorar a geometria espacial.
“Por meio da imersão na realidade virtual, os alunos podem entender formas geométricas regulares utilizando objetos que fazem parte do seu dia a dia ou monumentos famosos. A ideia era colocar em prática as teorias que estudamos. Para colocar em prática, precisávamos de óculos de realidade virtual, foi então que buscamos uma solução que nasce na floresta: o MiritiBoard, feito 100% com matéria-prima da Amazônia e sustentável. Os óculos representam árvores que estão crescendo e não morrendo, porque quando a palmeira cresce, ela solta galho e é dele que é feito os óculos”, explica o CEO.
Com isso, dar uma aula de biologia, por exemplo, e conseguir levar a turma para o fundo do mar ou para o meio da floresta por meio dos óculos MiritiBoard, se torna, segundo Walter Júnior, uma experiência única que potencializa o aprendizado do aluno e garante mais qualidade para a aula do professor. O próximo passo da empresa é adentrar o mundo do metaverso educacional. O projeto já está em fase de testes em cinco escolas públicas, que são os espaços de maior foco da Inteceleri, e busca proporcionar maior interação com os alunos.